Leopardo-nebuloso-do-Bornéu, Neofelis diardi (reprodução)
Uma equipa internacional de investigadores, liderados pelo Instituto Leibniz para a Investigação em Vida Selvagem, em Berlim, demonstrou que o leopardo-nebuloso-do-Bornéu (Neofelis diardi) se subdivide em duas subespécies, uma que apenas ocorre em Sumatra e outra endémica do Bornéu. Neste estudo, os cientistas fizeram análises genéticas e morfológicas de amostras de pêlos e ossos em vários museus de História Natural.
Nas ilhas de Bornéu e Sumatra os leopardos-nebulosos estão geograficamente isolados, desde a Idade do Gelo, facto que terá contribuído para a sua diferenciação genética e morfológica, apesar de ambas as populações apresentarem padrões de tonalidades da pelagem muito parecidos, por viverem em habitats tropicais semelhantes, de acordo com os cientistas.
Leopardo-nebuloso continental, Neofelis nebulosa - Fonte: wikipédia commons
Os investigadores explicam que a separação dos leopardos-nebulosos em subespécies pode dever-se a catástrofes naturais como a erupção vulcânica do Toba, em Sumatra, há 75 mil anos. Desta catástrofe talvez tenham sobrevivido apenas duas populações: uma no sul da China (Neofelis nebulosa) e outra no Bornéu (Neofelis diardi). A população desta ilha pode ter recolonizado a ilha de Sumatra, através de línguas de terra na Idade do Gelo, tendo evoluido para uma subespécie diferente quando as duas ilhas ficaram isoladas, depois da subida do nível das águas do mar, no degelo.
As duas subespécies estão classificadas como Ameaçadas pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). As suas populações têm poucos indivíduos e exigem grandes habitats para sua sobrevivência. Para salvar o leopardo-nebuloso-do-Bornéu é de extrema importância proteger as grandes áreas de floresta em Bornéu e Sumatra, ou pelo menos geri-las de forma sustentável.
Fonte: Science Daily / Público.pt
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