Em Andrómeda, nas zonas de inserção, foram encontradas bandas estelares difusas (DIBs)
Há cerca de 100 anos que se procura descobrir as moléculas que deixam estas pistas encontradas pelos astrónomos, conhecidas por "bandas interestelares difusas" (DIB).
Identificar estas moléculas, até agora misteriosas, pode ajudar a explicar como se formam estrelas, planetas e a própria vida, uma questão tão importante para os especialistas em Química e Biologia como determinar a natureza da matéria escura é para os especialistas em Física.
Os resultados da pesquisa foram apresentados na reunião da Sociedade Astronómica Americana, em Seattle, Washington, em 10 de Janeiro de 2011, e os resultados para Andrómeda foram publicados no jornal online Astrophysical Journal, em 1 de Janeiro.
De acordo com os pesquisadores, o estudo foi feito em ambientes diversos, alguns com baixos níveis de radiação ultravioleta, outros com níveis muito elevados de radiação e, ainda outros com composição favorável à formação de estrelas e planetas.
Em Andromeda, nas estrelas com círculos maiores foram registados DIBs mais fortes. (X) indica ausência de DIB. As cores correspondem aos comprimentos de onda do espectro: azul para UV, verde para a luz visível, vermelho para infravermelho.
A pesquisa revela que alguns dos indícios (DIBs) encontrados nas galáxias de Andrómeda e de Triângulo são semelhantes aos observados na Via Láctea, apesar das diferenças entre elas..
Para além da nossa galáxia, até agora só a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães foram investigadas em detalhe para DIBs. São nossas vizinhas mais próximas, respectivamente, a 160.000 a 200.000 anos-luz de distância. As distâncias a que se encontram Andrómeda e Trângulo dificultam a observação de estrelas individuais na pesquisa para DIBs. Poucos telescópios são suficientemente poderosos para captar a luz fraca das estrelas. Nesta pesquisa foi usado o telescópio do Observatório Gemini, no Havai.
Na galáxia de Triângulo, a cerca de 3 milhões de anos-luz da Terra, também foram registados DIBs
Crédito: NASA/Swift Science Team/Stefan Immler
Os pesquisadores escolheram estrelas supergigantes azuis, que são muito grandes, muito quentes e também muito brilhantes. Cada estrela foi analisada através de um conjunto de milhares de comprimentos de onda da luz, entre o ultravioleta e o infravermelho.
Nos espectros registados, os DIBs são definidos pelas regiões onde as cores estão ausentes e correspondentes a comprimentos de onda absorvidos por determinados átomos ou moléculas. Os espectros de absorção de átomos e moléculas simples apresentam riscas negras, bem definidas e que são características dessas substâncias. Nas estrelas não surgem riscas, mas sim regiões amplas, por isso se designam por “bandas difusas”. Tudo indica que estas DIBs são provocadas por moléculas orgânicas, mas não permitem identificar exactamente quais.
Crédito (imagens de Andrómeda): M31 image by Bill Schoening, Vanessa Harvey/REU program/NOAO/AURA/NSF. Insets from Nick Cox, Institute for Astronomy, K.U. Leuven.
Fonte: NASA
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