segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O fumo do tabaco aumenta o risco de cancro poucos minutos depois de inalado

Numa pesquisa sobre os efeitos do fumo do tabaco no corpo humano relacionados com o cancro, os cientistas descobriram que o fumo do cigarro começa a causar alterações genéticas em poucos minutos, e não anos, após a inalação para os pulmões, o que aumenta o risco do aparecimento de cancro.

Crédito: Tomasz Sienicki

O estudo, publicado no jornal científico Chemical Research in Toxicology, foi o primeiro realizado no ser humano para detalhar a forma como certas substâncias do tabaco causam danos ao DNA associados ao cancro.
O estudo teve a participação de 12 voluntários fumadores, através dos quais os investigadores seguiram o trajecto dos componentes tóxicos presentes no tabaco, com especial atenção para os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ou PAHs, considerados um dos responsáveis pelo cancro do pulmão. Até agora, os cientistas ainda não conheciam o modo específico em como os hidrocarbonetos (PAHs), presentes no fumo, danificam o DNA nos seres humanos. A pesquisa foi feita com um dos PAHs, o fenantreno.
Os pesquisadores verificaram a formação imediata, no sangue, de uma substância tóxica, capaz de causar mutações no DNA que podem causar o cancro, atingindo o nível máximo no organismo dos fumadores apenas 15 a 30 minutos depois de terminarem de fumar.
Para Stephen S. Hecht, um dos responsáveis pela pesquisa, os resultados obtidos constituem um sério aviso para aqueles que estão tentados a começar a fumar. O risco de cancro é imediato. O cancro do pulmão mata cerca de 3 mil pessoas por dia, como resultado do tabagismo. Além disso, o fumo também está relacionado com pelo menos 18 de outros tipos de cancro.
O estudo confirma a acção maligna do fumo do tabaco sobre as células, mas também é um alerta para a necessidade de parar de fumar e proteger os não fumadores.
Segundo os últimos indicadores publicados pela Direcção-Geral da Saúde, cerca de 20% da população portuguesa é fumadora. Um hábito associado a 85% dos cancros do pulmão detectados no nosso país. Em 2008, este e os tumores da laringe, traqueia e brônquios mataram 3681 pessoas.
Fontes: Science Daily / DN Ciências

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