Orangotango de Sumatra, Pongo abelii, está criticamente em perigo de extinção - Fonte: wikipédia
A sequenciação do genoma do orangotango foi realizada por cientistas de 34 instituições de vários países, incluindo os biólogos portugueses Rui Faria e Olga Fernando. Tendo como base a leitura do genoma completo de Susie, os cientistas fizéram o estudo menos pormenorizado do genoma de outros cinco orangotangos da sua espécie, Pongo abelii, da ilha Sumatra, e de cinco orangotangos do Bornéu, Pongo pygmaeus, todos em estado selvagem. Actualmente os orangotangos habitam as florestas tropicais das ilhas de Sumatra e Bornéu, cada uma com uma espécie distinta.
Este novo genoma segue-se ao já conhecido do macaco reshus, o chimpanzé, os neandertales e homem moderno. Segundo os especialistas, é um novo marco científico que ajudará a conhecer melhor a nossa evolução, para além de trazer novos conhecimentos sobre a investigação de doenças genéticas e permitir conhecer melhor os grandes símios, em perigo de extinção, ajudando na sua conservação.
Na natureza, restam cerca de 7500 orangotangos de Sumatra e 50.000 do Bornéu, o que levou a União Internacional para a Conservação da Natureza a classificá-los, respectivamente, como “criticamente em perigo” e “em perigo”. Se continuar a destruição do seu habitat, as espécies podem desaparecer daqui a 30 anos.
De acordo com os resultados divulgados na revista Nature, os orangotangos de Sumatra e do Bornéu, ambos em risco de extinção, tornaram-se espécies distintas há 400 mil anos. Na actualidade têm uma grande diversidade genética, um aspecto importante, pois aumenta a capacidade de se manterem saudáveis e se adaptarem ao ambiente. No entanto, a espécie de Sumatra, com menos efectivos populacionais, apresenta maior variabilidade genética, o que pode ser um factor positivo para resistir a pressões ambientais (desde que deixem de existir a tempo) e adaptar-se a novos ambientes.
Na análise do genoma sequenciado, os cientistas ficaram surpreendidos ao verificar que as mudanças genéticas foram muito mais lentas nos orangotangos do que nos chimpanzés ou no homem. O genoma dos orangotangos revela ter sido muito estável nos últimos 15 milhões de anos (quando se separaram do ramo que depois deu origem aos gorilas, humanos, chimpanzés e bonobos). O genoma de chimpanzés e humanos mostram rearranjos em larga escala, o que pode ter acelerado a sua evolução, de acordo com os investigadores.
Fonte: Público.pt / El Mundo
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