quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Corredores ecológicos entre as áreas protegidas permitem salvar os tigres asiáticos

A Declaração de S. Petesburgo, assinada a 24 de Novembro, estabeleceu o compromisso de 13 países para salvar o tigre asiático, Panthera tigris, duplicando o seu número até 2022. Agora um estudo científico, realizado por uma equipa internacional de pertos, afirma que é possível cumprir essa meta, se forem criados corredores entre as várias reservas naturais.

Panthera tigris tomando banho - Fonte: wikipédia

Segundo o estudo publicado na revista "Proceedings of National Academy of Sciences" (PNAS), é preciso actuar a nível da paisagem, unindo as várias áreas protegidas por  corredores ecológicos, o que permitirá aumentar a população de tigres para mais de dez mil animais, um número três vezes maior do que o actual, cerca de 3600 em estado selvagem.
Para os investigadores, as reservas existentes constituem um habitat suficiente para duplicar ou triplicar a população de tigres. O estudo refere 324 reservas dentro das grandes Paisagens de Conservação do Tigre – que incluem savanas, florestas e estepes – e abrangem 380 mil quilómetros quadrados.
De acordo com Eric Dinerstein, investigador principal na organização WWF e um dos co-autores do estudo, “negligenciar corredores numa região com rápida perda de habitat não vai garantir a sobrevivência da espécie. Apesar de ser importante proteger os habitats cruciais, um programa de recuperação do tigre com sucesso precisa de ser mais ambicioso”. Além disso, a ligação entre as reservas possibilita a dispersão de animais, o que diminui consanguinidade e aumenta a variabilidade genética entre sub-populações.
Como exemplo, a WWF recorda o caso dos tigres no Nepal, cujo número diminuiu substancialmente por causa dos conflitos civis entre 2002 e 2006, no entanto não desapareceram porque as reservas naturais no Nepal e Índia estão ligadas por corredores florestais.
A caça ilegal e a perda do habitat diminuiram drasticamente a população de tigres na Ásia. O seu habitat continua ameaçado pela construção de estradas, barragens e exploração de minas. Para a WWF, defender apenas as áreas protegidas pode levar a uma maior destruição do espaço fora delas.
Fonte: Público.pt

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