terça-feira, 28 de agosto de 2012

Conhecendo o Monte Sharp através do robô Curiosity

Curiosity observou uma descontinuidade nas camadas que formam o Monte Sharp, o que está de acordo com as observações feitas pelas sondas em órbita. As camadas acima da descontinuidade (assinalada pelos pontos brancos) não revelam minerais hidratados, mas as da base revelaram a sua presença. Isto pode significar diferentes ambientes de formação das áreas acima e abaixo dessa linha - Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS

A imagem captada pela câmara do mastro do robô Curiosity mostra, em detalhe o terreno estratificado do Monte Sharp, localizado no centro da cratera Gale, onde o veículo pousou.
A foto de alta resolução revela uma forte descontinuidade nos estratos acima e abaixo da linha de pontos brancos. Os estratos acima estão muito inclinados (descendo da esquerda para a direita) em relação aos de baixo. A inclinação dos estratos acima da linha de pontos brancos não é visível a partir da órbita. Esta situação pode acontecer na Terra devido a actividade tectónica ou vulcânica.
Esta descoberta do Curiosity está de acordo com os dados obtidos a partir de órbita. Há já algum tempo que as observações das sondas que orbitam Marte indicaram que as partes mais baixas do Monte Sharp, abaixo da linha de pontos brancos, são compostas por estratos onde existem minerais hidratados. No entanto, essas mesmas observações orbitais não revelaram minerais hidratados nos estratos superiores, acima da linha.
A observação do Curiosity pode evidenciar diferentes ambientes de formação para os estratos acima (sem minerais hidratados) e abaixo da linha de pontos brancos (com minerais hidratados). A descontinuidade detectada pode representar uma "discordância", ou uma área onde o processo de sedimentação parou (deixou de haver água?).
Apesar de já ter feito um teste de condução, o Curiosity não se afastou muito do local de pouso, agora chamado "Landing Bradbury", em honra do falecido autor de ficção científica Ray Bradbury.
A próxima viagem do robô será a Gleneg, a 400 metros, onde parecem reunir-se três tipos de terrenos diferentes, para realizar actividades científicas, durante alguns poucos meses.
O Curiosity deve partir em direcção ao Monte Sharp no final deste ano. Os cientistas estimam que demore cerca de um ano a chegar, deslocando-se cerca de 100 metros por dia e parando no caminho sempre que encontre algo interessante para analisar.
Fonte: NASA

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