quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Identificado vírus letal de cobras

A cobra Boa constrictor é afectada pelo vírus IBD - Fonte: wikipédia

Um estudo recentemente publicado identificou um vírus como a causa de uma doença fatal que afecta cobras em cativeiro. O problema, conhecido por Doença do Corpúsculo de Inclusão Viral (IBD, na sigla em inglês), atinge as cobras constritoras, incluindo jibóias e pitões.
Não existe tratamento para a doença, que já existe há décadas, e que provoca problemas respiratórios e paralisia muscular em geral no animal, que fica com o olhar fixo para cima. Há muito que se pensava que a doença era causada por um vírus, mas não se sabia qual.
No estudo, publicado na revista de acesso aberto mBio, os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, acreditam ter identificado o vírus através da análise de amostras obtidas de cobras diagnosticados com IBD, usando técnicas de sequenciamento de DNA.
Em algumas das cobras identificou-se material genético estranho - ácido nucleico - parecido com o encontrado em vírus do género arenavírus. Esta família inclui o vírus da febre de Lassa, que está associada à febre hemorrágica em seres humanos. No entanto, não há nenhuma evidência de que o vírus recentemente descoberto possa passar de cobras para pessoas.
Os cientistas também conseguiram cultivar o vírus, a partir de amostras tiradas de uma das cobras. O pesquisador Mark Stenglein, co-autor do estudo, disse que "ainda não há evidência formal de que o vírus cause a doença, mas há uma boa correlação (entre o mal e a presença do vírus). Também é possível que outros vírus ou agentes patogénicos causem sintomas parecidos".
O vírus IBD é altamente contagioso entre cobras, podendo transmitir-se por inalação a partir de outra cobra infectada ou a partir do solo contaminado ou também pelo manuseio dos animais.
Até agora, apenas cobras em cativeiro padecem da doença, mas os cientistas receiam que a fuga de um animal possa infectar aqueles que vivem na natureza em estado selvagem.
Fonte: ÚltimoSegundo e BBC

Sem comentários: