segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eixo de rotação de Urano está tão inclinado devido a colisões laterais, sugere nova pesquisa

Urano, sistema de anéis ténues e algumas das suas luas observados pelo Telescópio Espacial Hubble. As luas são, no canto inferior direito Ariel mais brilhante e as restantes fora dos anéis, no sentido horário a partir do topo: Desdemona, Belinda, Portia, Cressida, e Puck. A imagem evidencia a inclinação do eixo de rotação de Urano - Crédito: NASA e Erich Karkoschka, University of Arizona

Urano é um planeta invulgar do Sistema Solar, com o eixo de rotação inclinado de 98º relativamente ao plano da sua órbita à volta do Sol, bastante mais inclinado que noutros planetas, como Júpiter (3º), Terra (23º) ou Saturno e Neptuno (29º).
Uma explicação teórica sugere que, no passado, um corpo algumas vezes mais massivo que a Terra colidiu com Urano, batendo de lado no planeta. No entanto, esta teoria tem uma falha. Ao verificar-se a colisão, as luas de Urano deveriam ter permanecido nas suas órbitas originais, mas elas também estão inclinadas de 98º, orbitando no plano equatorial do gigante gasoso inclinado.
Agora, uma equipa internacional de cientistas apresenta uma nova explicação para a inclinação de Urano e resolve o mistério sobre a posição e órbitas das suas luas.
Os pesquisadores usaram simulações de formação planetária e colisões, reproduzindo cenários de impacto diferentes, para verificar a causa mais provável de inclinação de Urano. Eles descobriram que, se Urano fosse atingido quando ainda rodeado por um disco protoplanetário - formado pelo material que originou as luas - não por um único corpo massivo, mas por vários impactos menores (pelo menos dois), era muito maior a probabilidade de ver as luas orbitando tal como as observamos actualmente. Nesta hipótese, o planeta e o material do disco permaneceram em órbita na mesma direcção.
Os resultados desta pesquisa contrariam as actuais teorias sobre a formação dos planetas gigantes do Sistema Solar. Para Alessandro Morbidelli, que liderou a investigação, "A teoria padrão de formação dos planetas assume que Urano, Neptuno e os núcleos de Júpiter e Saturno formaram-se por acreção apenas de pequenos corpos no disco protoplanetário Não devem ter sofrido nenhuma colisão gigante. O facto de Urano ter sido atingido pelo menos duas vezes sugere que impactos significativos eram normais na formação dos planetas gigantes. Assim, a teoria padrão tem de ser revista".
Fonte: Science Daily

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