Molusco marinho, Haliotis midae (abalone), encontrado nas praias da África-do-Sul, e cuja concha o homem moderno usou, há 100.000 anos para armazenar a mistura de ocre para as suas "decorações artísticas" - Fonte: wikipédia
Uma equipa de investigadores sul-africanos e franceses encontrou, na gruta Blombos dos arredores da Cidade do Cabo, um conjunto de ferramentas e recipientes que foram utilizados para criar pigmentos há 100.000 anos, revelando que o homem moderno já era capaz de criar arte, muito tempo antes de deixar África.
As descobertas mostraram uma espécie de oficina de trabalho onde foi produzida uma mistura rica em ocre armazenada em duas conchas de Haliotis midae (abalone ), uma espécie de caracol-do-mar, que ainda hoje se encontra com facilidade nas praias da África-do-Sul. Foram encontradas também várias pedras utilizadas para moer o mineral ocre, juntamente com outros elementos moídos, como ossos de mamíferos, pedaços de pedra, carvão e algum líquido. Não se sabe onde era aplicada a mistura, talvez para decorar e proteger a pele ou para decoração da roupa.
Até agora, a utilização do ocre e das técnicas de esmagamento e raspagem para a sua obtenção estava datada apenas há 60.000 anos. Todas estas ferramentas encontradas fornecem mais evidências sobre o desenvolvimento tecnológico e o comportamento social dos primeiros homens modernos na África.
"Esta descoberta é um marco na evolução da cognição humana complexa porque demonstra que os humanos há 100.000 anos tinham a capacidade de procurar, produzir e armazenar substâncias que usavam nas suas práticas sociais", assinalou Christopher Henshilwood, um dos autores do artigo publicado na revista Science.
Fonte: El Mundo
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