Bactéria 'Yersinia pestis', ampliada 200x e fluorescente. Transportada por pulgas (ratos), pode matar milhões de pessoas - Fonte: wikipédia
Uma equipa internacional de investigadores conseguiu sequenciar o ADN da bactéria 'Yersinia pestis', responsável pela grande pandemia que ocorreu no fim da Idade Média (entre 1347 e 1351), que dizimou cerca de metade da população europeia da época, e que ficou conhecida como Peste Negra.
É o primeiro micróbio patogénico antigo com o genoma conhecido, o que permite analisar como foi a sua evolução nestes 600 anos depois da peste, pois ainda continua a matar pessoas.
No estudo publicado na revista científica Nature, os investigadores concluiram que a variante que mais estragos causou na Idade Média é praticamente a mesma que existe ainda hoje, com pequenas modificações, que podem explicar o facto de se mostrar menos virulenta.
Progressão anual (entre 1347 e 1351) da Peste Negra na Europa no século XIV. A cor verde indica zonas pouco atingidas - Fonte: wikipédia
O ADN analisado foi retirado dos dentes de quatro esqueletos de milhares de vítimas da Peste Negra, que foram enterradas, em fossas comuns, nos arredores de Londres.
Antes da peste negra existiram mais duas grandes pandemias de peste. A reconstrução do genoma da 'Yersinia pestis' também permitiu verificar que uma delas, no reinado do romano Justiniano, no séc. VI depois de Cristo e que terá morto 100 milhões de pessoas, foi causada por uma estirpe diferente dela e das que ainda existem hoje, e nunca mais foi encontrada.
Só a partir do séc. 19 a Europa deixou de ser afectada por epidemias de peste, embora cerca de duas mil pessoas continuam a morrer da doença, todos os anos, em muitas zonas do planeta, como consequência de estirpes derivadas da peste medieval.
A comparação com os genomas de bactérias actuais sugere que alguns factores como o ambiente, o vector transmissor (ratos e pulgas) ou a sensibilidade das pessoas, têm importância sobre a possibilidade de poder ser infectado por este micróbio mortal.
Fonte: El Mundo / Público.pt
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