O Prémio Nobel da Medicina 2011 foi para Beutler e Hoffmann, pelas suas descobertas sobre a activação da imunidade inata, e para Steinman, pela descoberta das células dendríticas e do seu papel na imunidade adaptativa, na defesa do organismo contra a acção microbiana - Crédito: Prémio Nobel da Medicina/Mattias Karlén
Este ano, o Prémio Nobel da Medicina foi atribuído aos cientistas Bruce A. Beutler, Jules Hoffman e Ralph Steinman pelos seus avanços na investigação sobre o sistema imunitário. As suas descobertas revelaram como são activadas as fases inata e adaptativa da resposta imune do organismo.
No mundo em que vivemos, estamos constantemente sujeitos à acção de microorganismos patogénicos como bactérias, vírus, fungos e parasitas, mas o nosso organismo possui mecanismos de defesa contra eles. Numa primeira fase, a chamada imunidade inata, ele pode destruir os microorganismos invasores e desencadear uma inflamação que contribui para bloquear seu ataque. Se os microorganismos conseguem ultrapassar esta barreira de defesa, é desencadeada a segunda fase, a imunidade adaptativa, onde os linfócitos T e B produzem anticorpos e células assassinas que destroem as células infectadas. Terminado o combate contra a agressão microbiana, o nosso sistema imune adaptativo guarda na memória as características do microorganismo invasor, originando uma mobilização mais rápida e mais forte das defesas do corpo na próxima vez que o microorganismo atacar.
Os trabalhos de Beutler, Hoffmann e Steinman permitiram descobrir os mecanismos de desencadeamento da activação da imunidade inata e de mediação da comunicação entre a imunidade inata e adaptativa.
Beutler e Hoffmann descobriram proteínas no corpo que reconhecem os microorganismos invasores e activam o sistema inato de defesa, enquanto Steinman descobriu as células dendríticas e sua capacidade única de activar e regular a imunidade adaptativa, a fase posterior da resposta imune durante a qual os microorganismos são eliminados do organismo. As células dendríticas foram descobertas em 1973 e são capazes de activar as células T, aquelas que produzem anticorpos contra infecções e guardam na memória as características do microorganismo invasor.
O trabalho destes cientistas abre novos caminhos para o desenvolvimento da prevenção e terapia contra infecções, cancro e doenças inflamatórias.
Nos próximos dias serão anunciados os vencedores para a Física, Química, Literatura, da Paz e Economia.
Mais informações no site dos Prémios Nobel.
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