Foram identificados sinais de grafeno em nebulosas planetárias das nossas galáxias vizinhas Nuvens de Magalhães. Spitzer também detectou, na mesma região, C70, uma molécula relacionada, encontrada pela primeira vez fora da nossa galáxia.
A ilustração mostra grafeno, "buckyballs" e C70 sobrepostos a uma imagem da nebulosa planetária Helix, uma nuvem de material expelido por uma estrela moribunda - Crédito: IAC/NASA/NOAO/ESA/STScI/NRAO
O grafeno apresenta-se em folhas planas de átomos de carbono, densamente compactados e com a espessura apenas de um átomo de carbono, formando uma estrutura cristalina hexagonal. Foi sintetizado em laboratório, pela primeira vez, em 2004. A pesquisa sobre as suas propriedades mereceu o Prémio Nobel da Física em 2010. É um material forte, bom condutor da electricidade como o cobre. É considerado o "material do futuro", com aplicações em computadores, telas de dispositivos eléctricos, painéis solares e muito mais.
Encontrar grafeno no espaço interessa aos cientistas. O seu estudo poderá trazer uma maior compreensão sobre as reacções químicas que envolvem o carbono no espaço, fornecendo pistas sobre o desenvolvimento dos compostos de carbono que formam a base da vida na Terra.
C70 e grafeno pertencem à família de fulereno, que inclui moléculas chamadas "buckyballs", ou C60. Essas esferas de carbono contêm 60 átomos de carbono dispostos como uma bola de futebol, (devem o nome à sua semelhança com as cúpulas arquitectónicas de Buckminister Fuller). As moléculas C70 contêm 70 átomos de carbono e são mais alongadas, como uma bola de rugby.
O Telescópio Espacial Spitzer da NASA detectou "buckyballs" no espaço pela primeira vez em Julho de 2010. A ilustração mostra as bolas de carbono saindo da nebulosa planetária formada pelo material lançado por uma estrela moribunda - Crédito: Photojournal/NASA
Têm sido encontrados fulerenos em meteoritos que transportam gases extraterrestres. Em laboratório, também já se conseguiu encapsular água em "buckyballs". Isto sugere que os fulerenos podem ter ajudado a transportar materiais do espaço para a Terra, há muito tempo, possivelmente colaborando no início da vida.
Spitzer detectou "buckyballs" e C70 no espaço pela primeira vez em Julho de 2010. Mais tarde viu "buckyballs" - equivalente em massa a 15 luas cheias - na Pequena Nuvem de Magalhães. Este segundo achado demonstra que os fulerenos e outras moléculas complexas poderiam formar-se em ambientes ricos em hidrogénio.
De acordo com os astrónomos, o grafeno, "buckyballs" e C70 podem estar a formar-se, quando ondas de choque geradas por estrelas moribundas quebram hidrogénio contendo grãos de carbono. Estas colisões são devidas aos ventos estelares com origem nas nebulosas planetárias.
Fonte: NASA/Spitzer
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