Lado oculto da Lua, visto pelo Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA. Mostra a topografia, com as maiores elevações (acima de 20.000 pés) em vermelho e as áreas mais baixas em azul. Crédito: NASA / Goddard.
Os cientistas sempre questionaram as diferenças entre o lado conhecido da Lua, voltado para nós, e o seu lado oposto, não visível da Terra. Enquanto o lado mais próximo é relativamente baixo e plano, o lado oculto é alto e montanhoso, com uma crosta muito mais espessa.
O novo estudo, publicado na revista Nature, baseia-se no modelo do "impacto gigante" para a origem da Lua, em que um objecto do tamanho de Marte colidiu com a Terra, no início da história do Sistema Solar, sendo ejectados detritos que se fundiram para formar a Lua. O estudo sugere que esse impacto gigante também criou um outro corpo menor, inicialmente compartilhando uma órbita com a Lua, que eventualmente caiu sobre a Lua, revestindo um dos lados com uma camada extra de crosta sólida com dezenas de quilómetros de espessura, colisão que se verificou há quatro biliões de anos, muito antes da formação da vida na Terra.
Os cientistas Erik Asphaug e Martin Jutzi, usaram simulações de computador de um impacto entre a Lua e um pequeno companheiro (cerca de um trigésimo a massa da lua) e verificaram que numa colisão a baixa velocidade o impacto não forma uma cratera mas, em vez disso, há uma acreção - adição do material da lua pequena à Lua. Deste modo, o hemisfério afectado fica com uma camada de crosta mais espessa, formando uma região montanhosa comparável à do planalto lunar do lado oculto.
A simulação explica também a diferença de composição entre os hemisférios lunares, mostrando ainda que o impacto teria levado o magma da Lua para o lado oposto, região que tem uma alta concentração de potássio, fósforo e elementos terras-raras perto da crosta, o que se pode observar na geologia do lado próximo da Lua.
Outros modelos tentam explicar as diferenças entre os hemisférios lunares. Num estudo publicado na revista Science, em 2010, Ian Garrick-Bethell e Francis Nimmo, também da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, sugerem que a espessura da crosta lunar foi moldada por forças de maré e não por impacto.
Segundo os cientistas, talvez novos dados de futuras missões espaciais possam ajudar a esclarecer qual das hipóteses é a mais correcta.
Fonte: Notícia (Universidade da Califórnia) via ÚltimoSegundo
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