A imagem mostra um dos maiores objectos conhecidos no Universo, a bolha Lyman-alpha LAB-1. A radiação ultravioleta intensa da bolha Lyman-alpha aparece verde após ter sido esticada pela expansão do Universo, durante a sua longa viagem de 11,5 biliões de anos-luz para a Terra. As novas observações mostram, pela primeira vez, que a luz deste objecto é polarizada. Isto significa que a "bolha" gigante deve ser alimentada por galáxias escondidas dentro da nuvem - Crédito: ESO/M. Hayes
“Mostrámos, pela primeira vez, que o brilho destes enigmáticos objectos vem de radiação dispersa, emitida por galáxias brilhantes escondidas no seu interior, em vez de ser o gás espalhado por toda a nuvem que está a brilhar,” explica Matthew Hayes, da Universidade de Toulouse, França, principal autor do artigo científico a publicar na revista Nature, em 18 de Agosto.
As bolhas Lyman-alfa são alguns dos maiores objectos existentes no Universo, são nuvens gigantes de hidrogénio gasoso que podem atingir diâmetros de algumas centenas de milhares de anos-luz (várias vezes maiores que a Via Láctea) e que são tão energéticas como as galáxias mais brilhantes.
Normalmente encontram-se a grandes distâncias, por isso vemo-las tal como eram quando o Universo tinha apenas alguns milhares de milhões de anos de idade. Por esta razão são objectos importantes para o estudo da formação e evolução de galáxias no Universo primordial. No entanto, a fonte de energia da sua extrema luminosidade assim como a natureza exacta das bolhas tem permanecido pouco clara.
A equipa estudou a bolha conhecida por LAB-1, uma das primeiras bolhas a ser descoberta (em 2000) e também uma das mais brilhantes e mais conhecidas. Encontra-se a cerca de 11,5 biliões de anos-luz, com um diâmetro de cerca de 300 000 anos-luz. Possui várias galáxias primordiais no seu interior, incluindo uma galáxia activa (tem um buraco negro no seu centro muito brilhante).
Sequência de imagens sobre a localização de um dos maiores e conhecidas objectos únicos no Universo, a bolha Lyman-alpha LAB-1. A imagem da esquerda mostra uma visão ampla da constelação de Aquário. As duas imagens na parte superior direita foram criados a partir de fotografias tiradas através de filtros azul e vermelho e que fazem parte do 2 Digitized Sky Survey. A imagem final, na parte inferior direita, foi tirada com a câmera FORS sobre o VLT - Crédito: ESO/A. Fujii/M. Hayes and Digitized Sky Survey 2
Ao observar a bolha ao longo de cerca de 15 horas, com o Very Large Telescope, a equipa descobriu que a radiação emitida pela bolha Lyman-alfa LAB-1 se encontra polarizada num anel em torno da região central e que não existe polarização no centro. Este efeito é praticamente impossível de obter se a radiação for emitida apenas pelo gás que está a ser atraído pela bolha devido à gravidade, mas é precisamente o que se espera se a radiação tiver origem em galáxias embebidas na região central, antes de ser dispersada pelo gás.
Os astrónomos pretendem estudar mais objectos deste tipo no sentido de perceberem se os resultados obtidos para a LAB-1 são válidos para outras bolhas.
Fonte: ESO
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