Esta imagem da galáxia espiral NGC 3393 é um composto de raios-X Chandra(azul) e dados ópticos do Telescópio Espacial Hubble(ouro). A caixa de inserção mostra a região central da galáxia, tal como foi observada pelo Chandra. A uma distância de 160 milhões de anos-luz, NGC 3393 contém o mais próximo par conhecido de buracos negros supermassivos, evidenciados nos dois picos separados de emissão de raios X (aproximadamente às 11 horas e quatro horas)observados claramente na caixa de inserção - Crédito: X-ray: NASA/CXC/SAO/G. Fabbiano et al; Optical: NASA/STScI
Os buracos negros estão localizados perto do centro da galáxia espiral NGC 3393. Estão separados apenas por 490 anos luz, e provavelmente são o remanescente de uma fusão de duas galáxias de massa desigual, há um bilião de anos ou mais. Os dois buracos negros estão crescendo activamente e emitindo raios-X, à medida que o gás cai em direcção a eles e se torna mais quente.
Quando duas galáxias espirais com o mesmo tamanho se fundem, os astrónomos acham que deve resultar na formação de um par de buracos negros e uma galáxia com uma aparência perturbada e intensa formação de estrelas. Um exemplo bem conhecido é o par de buracos negros supermassivos em NGC 6240, que está localizada a cerca de 330 milhões de anos luz da Terra.
No entanto, NGC 3393 é uma galáxia espiral bem organizada, e a sua parte central é dominada por estrelas velhas, o que não é comum numa galáxia com um par de buracos negros. NGC 3393 pode ser o primeiro exemplo conhecido, onde a fusão de uma galáxia grande com uma muito menor - chamado de "fusão menor" pelos cientistas - resultou na formação de um par de buracos negros supermassivos.
"As duas galáxias fundiram-se sem deixar vestígios de colisão anterior, além dos dois buracos negros ", disse Junfeng Wang, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), em Cambridge, e co-autor do estudo publicado no jornal online Nature.
Não se conhece ainda a massa dos dois buracos, embora as observações mostram que ambos os buracos negros são mais massivos do que cerca de um milhão de sóis. Admitindo que ocorreu uma fusão menor, os buracos negros devem fundir-se num só depois de um bilião de anos. Os buracos negros supermassivos estão fortemente obscurecidos pela poeira e gás, o que os torna difíceis de observar em luz óptica. Mas os espectros de raios X do Observatório Chandra mostram claramente as suas assinaturas.
"As colisões e fusões são uma das maneiras mais importantes para fazer crescer as galáxias e os buracos negros", disse Guido Risaliti, co-autor do CfA e do Instituto Nacional de Astrofísica, em Florença, Itália. "Encontrar um par de buracos negros numa galáxia espiral é uma pista importante na nossa busca para saber como isso acontece."
Fonte: NASA/Chandra
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