sexta-feira, 4 de março de 2011

A Terra corre o risco de uma nova extinção em massa

Um grupo de paleobiólogos da Universidade da Califórnia, Berkeley, publicou um estudo na revista Nature onde avaliou a situação das espécies actualmente em termos de possível extinção, em comparação com as extinções que aconteceram na Terra nos últimos 540 milhões de anos. Os resultados confirmam que as taxas de extinção atuais, embora pequenas, são maiores do que durante a maior extinção em massa do passado.
Os paleontólogos caracterizam como extinções em massa os eventos em que a Terra perde mais de três quartos das suas espécies num intervalo geológico curto, como ocorreu cinco vezes nos últimos 540 milhões de anos.

Reconstituição do Dodó (Raphus cucullatus), ave não voadora das Ilhas Maurícias. O último exemplar morreu em 1681 - Fonte: wikipédia

Tal como as extinções em massa que ocorreram nos períodos Cambriano, Ordoviciano, Devoniano superior, Permiano/Triássico e Cretáceo – quando os dinossauros foram extintos – agora os biólogos sugerem que uma sexta extinção em massa pode estar a acontecer, tendo em conta as perdas de espécies conhecidas ao longo dos últimos séculos e milénios.
Segundo Anthony D. Barnosky, principal autor do estudo e professor de biologia integrativa da UC Berkeley, se as espécies atualmente ameaçadas - aquelas oficialmente classificadas como em perigo crítico, em perigo e vulneráveis - realmente forem extintas, e se a taxa de extinção persistir, uma sexta extinção em massa pode ocorrer dentro de 3 a 22 séculos.
Barnosky e a equipa escolheram mamíferos como ponto de partida, porque eles estão bem estudados actualmente e bem representados no registo fóssil desde há cerca de 65 milhões. Os biólogos estimam que nos últimos 500 anos, pelo menos 80 espécies de mamíferos foram extintos, num total inicial de 5.570 espécies.
De acordo com Barnosky, apenas 1% a 2% de todas as espécies foram extintas até ao momento, o que indica, mesmo assim, que se caminha rumo à extinção em massa. Mesmo sendo pequenas, as taxas são significativas. A extinção em massa global moderna é um perigo, consequência das alterações climáticas e das actividades humanas.
Entretanto, os autores do estudo consideram que ainda não é tarde para salvar essas espécies em risco crítico e destacam a necessidade de medidas de conservação eficazes para salvar muitas das espécies em risco. Para Barnosky "É muito importante dedicar recursos e legislação para a conservação das espécies, se não queremos ser a espécie cuja actividade causou uma extinção em massa".
Fonte: Estadão / Science Daily

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