Trata-se de uma nova espécie, com o nome científico Tiarajudens eccentricus, que significa "dente excêntrico de Tiaraju", em homenagem ao lugar onde foi encontrado, o distrito de Tiarajú, em São Gabriel, na região central do Rio Grande do Sul.
(reprodução)
O fóssil foi identificado como pertencendo ao grupo dos terapsídeos e que viveu no Período Permiano, da Era Paleozoica. O animal apresentava uma dentição de herbívoro, com incisivos e molares, mas com os molares implantados no palato e, além disso com grandes dentes de sabre (12 cm).Segundo o pesquisador Juan Carlos Cisneros, principal autor do artigo publicado na revista Science, o fóssil, com a sua estranha dentição, constitui uma nova espécie para a ciência, sendo o registo mais antigo de um terapsídeo com capacidade de mastigar de forma eficiente os alimentos e também o mais antigo herbívoro com dentes de sabre, talvez utilizados para defesa de predadores, disputa de território e de fêmeas. Neste fóssil há evidência de encaixe perfeito entre os dentes superiores e os inferiores (oclusão dentária), uma característica que se pensava própria dos mamíferos, que surgiram posteriormente.
A habilidade de mastigar do Tiarajudens eccentricus permitiu-lhe processar plantas com grande quantidade de fibra, mais abundantes, e ele pôde expandir-se para novos nichos ecológicos, um primeiro passo em direcção a um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros, mais semelhante aos ecossistemas modernos.
Fonte: Estadão
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