sexta-feira, 11 de março de 2011

As abelhas estão ameaçadas em todo o mundo

Um recente relatório da ONU alerta para o desaparecimento das abelhas a nível global, das quais depende mais de metade das culturas agrícolas que produzem os alimentos para todo o mundo.

As abelhas são essenciais na produção de alimentos

O problema já se vem notando há vários anos, no entanto ultimamente tem vindo a agravar-se. Na Europa a situação piorou a partir de 1998, especialmente na França, Bélgica, Suíça, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Itália e Espanha. Estados Unidos tem as suas colmeias bastante reduzidas. Mais recentemente, Japão, China e Egipto, na África, têm registado colapsos súbitos e inexplicáveis de algumas das suas colmeias.
O relatório “Global Bee Colony Disorders and other Threats to Insect Pollinators” adverte que um declínio das abelhas representa uma ameaça significativa para a humanidade, pois as abelhas desempenham um papel essencial como polinizadores das culturas no mundo inteiro. Actualmente, das cem espécies de culturas agrícolas que fornecem 90 por cento dos alimentos do mundo, mais de 70 são polinizadas por abelhas. Só na Europa, há quatro mil variedades de vegetais que existem apenas graças à polinização.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua), a polinização, que é o serviço prestado pelas abelhas, corresponde a um valor económico global entre os 22,8 e os 57 mil milhões de euros.
Não se sabe ao certo o que está a matar as abelhas. O relatório da ONU aponta várias causas, incluindo novos tipos de fungos patogénicos potencialmente mortais e que se espalham rapidamente pelo planeta, a varroa, um parasita externo capaz de dizimar as colmeias, um declínio nas plantas com flor, um aumento do uso de produtos químicos na agricultura e a poluição atmosférica.
As espécies invasoras, como as abelhas africanas nos Estados Unidos e a abelha asiática na Europa constituem também um grave perigo. O relatório aponta, ainda, alterações do comportamento das abelhas devido à acção de campos magnéticos, criados por linhas de electricidade, por exemplo.
Os autores do relatório sugerem que os agricultores e proprietários de terras sejam incentivados para a recuperação dos habitats das abelhas e uma gestão mais cuidadosa do uso de produtos químicos.
De acordo com Achim Steiner, director-executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua), em comunicado: “Os seres humanos fabricaram a ilusão de que, no século XXI, têm o progresso tecnológico necessário para serem independentes da natureza. Mas as abelhas mostram que estamos mais, não menos, dependentes dos serviços prestados pela natureza, num mundo perto dos sete mil milhões de habitantes”.
Fonte: Público.pt

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