terça-feira, 1 de março de 2011

Marcação por satélite usada, pela primeira vez, para controlar um grande tubarão-martelo

Utilizando o rastreamento com tecnologia de satélite, um grupo de cientistas seguiu um grande tubarão-martelo, Sphyrna mokarran, durante 62 dias a partir das águas quentes da costa da Flórida, onde foi marcado. Durante este tempo, o tubarão de 250 cm migrou uma distância mínima de aproximadamente 1.200 km, desde a costa da Flórida até às águas pelágicas internacionais do Atlântico Noroeste.
Segundo os autores do estudo, esta é a primeira vez que a marcação por satélite é usada com sucesso para controlar um grande tubarão-martelo, um peixe solitário e nómada que vive em águas tropicais ao redor do globo e que, em algumas regiões, está altamente ameaçado de extinção.

Cerca de um terço das espécies de tubarão do planeta estão ameaçadas, entre elas o grande tubarão-martelo - Fonte: wikipédia

Este estudo sobre o tubarão-martelo faz parte de um esforço maior por parte de Neil Hammerschlag, professor assistente da Universidade de Rosenstiel School of Marine & Atmospheric Science de Miam e colegas para rastrear tubarões tropicais para identificar zonas críticas - áreas importantes para o acasalamento e alimentação - e para documentar as suas rotas migratórias em grande parte desconhecidas.
No ano passado, a equipa marcou as aletas de mais de 50 grandes tubarões, ambientalmente ameaçados, da Flórida e das Bahamas, entre eles o grande tubarão-martelo macho, tubarões-touro e tubarões-tigre.
Nos últimos anos as populações de tubarões têm diminuido bastante, cerca de um terço das espécies do planeta estão ameaçadas, entre elas o grande tubarão-martelo.
Esta espécie é ameaçada pela pesca em grande escala, para retirar as suas grandes barbatanas, um ingrediente muito apreciado da sopa de barbatana de tubarão, da culinária tradicional chinesa. Por vezes também é apanhado nas redes de pesca.
Até agora não existem muitos dados sobre o tubarão-martelo, que é difícil de estudar devido aos seus hábitos migratórios. No entanto, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a organização que avalia a situação das populações de animais em todo o mundo, as evidências sugerem que o número de grandes tubarões-martelo caiu cerca de 80 por cento nos últimos 25 anos.
Para Hammerschlag, este estudo fornece evidências de que o grande tubarão-martelo pode migrar para águas internacionais, onde estes animais ficam vulneráveis à pesca ilegal. Conhecer as áreas onde eles são vulneráveis à exploração é uma informação útil para a conservação e controlo da espécie.
Fonte: OurAmazingPlanet 

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