quinta-feira, 3 de março de 2011

Procurando "vida marciana" em Nova Zelândia

Uma equipa de investigadores espanhóis vai partir para Nova Zelândia para aí analisar duas regiões, à procura de vida. As regiões são Parakiri e Rotorua com depósitos de silica e características semelhantes a Marte.

O robô Spirit da NASA encontrou em "Gertrude Weise", Marte (29 de Março de 2007), um pedaço de solo claro brilhante, muito rico em sílica. A sílica é o dióxido de silício. Na Terra, geralmente ocorre como mineral cristalino de quartzo. A sílica marciana "Gertrude Weise" não é cristalina. Na maioria dos casos, é necessário água para produzir esse depósito tão concentrado de sílica, de acordo com membros da equipa científica do rover. Uma possível origem para a sílica pode ter sido a interação do solo com vapores ácidos produzidos por actividade vulcânica - Crédito: NASA/JPL/Cornell

Esta pesquisa na Nova Zelândia faz parte do projecto, de busca de vida semelhante à que possa existir em Marte, do Conselho Superior de Investigações Ciêntíficas (CSIC) e do Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial que abrange o estudo de cinco zonas distantes como Barbeton na África do Sul, o deserto de Atacama no Chile, rio Tinto-Huelva em Espanha e as duas regiões da Nova Zelândia.
Os cientistas vão analisar os cinco locais de condições extremas e análogos a Marte, para avaliar se estas zonas são capazes de preservar traços biológicos, já que a Terra e o planeta vermelho foram muito semelhantes na sua etapa de formação, até acabar-lhe o combustível interno há cerca de 3.500 milhões de anos.
De acordo com David Fernández, responsável do projecto e paleontólogo do Centro de Astrobiología (centro mixto do CSIC e do Instituto Nacional de Tecnología Aeroespacial), a integração das cinco zonas - que apresentam características semelhantes a estes ambientes primitivos de Marte - é o que dá uma visão conjunta do ambiente marciano.
Os investigadores afirmam que a presença de restos de biomoléculas em minerais formados nestes ambientes terrestres será "extrapolado a Marte onde os resultados serão utilizados para localizar as áreas de estudo mais adequadas em futuras expedições ao planeta vermelho".
A viagem pelo mundo à procura de "vida marciana", começa em Parakiri e Rotorua, ricas em depósitos de sílica, associados a fluidos hidrotermais ácidos derivados da actividade ígnea do subsolo.
A sonda Spirit da NASA descobriu sedimentos semelhantes em Marte.

Serra de Barbeton (imagem de satélite). São as montanhas mais antigas do mundo, que incluem algumas das rochas mais antigas expostas no planeta. Estas rochas vulcânicas forneceram evidências directas das condições de vida na superfície da Terra primitiva. A primeira forma de vida na Terra, um micro fóssil de bactéria Archaeospheroides barbertonis, foi descoberto aqui e identificado como tendo 3,2 biliões de anos - Fonte: wikipédia

Barberton, na África do Sul, é uma zona formada de rochas com 3.500 milhões de anos, quando as condições ambientais na Terra eram parecidas às do planeta vermelho. Os especialistas acreditam que este é um bom lugar para estudar como podem ter sido as condições em que possam ter surgido as primeiras formas de vida em Marte.

Salar de Atacama, salina do Chile, no deserto de Atacama - Fonte´: wikipédia

No deserto de Atacama, na região do Cone Sul, o vulcanismo influencia as condições de extrema secura do deserto e favorece o desenvolvimento de depósitos salinos, que também se detectaram em Marte.
Em Espanha, a investigação continua no rio Tinto, em Helva, com condições de acidez e oxidação capazes de albergar vida e que já interessou muitos cientistas incluindo da Agência Espacial Americana, NASA.

O rio Tinto tem cor vermelha devido ao alto teor, desde o princípio da história, em sais ferruginosos e sulfato férrico que, juntamente com a escassez de oxigénio, lhe dá um pH muito ácido. Estas águas acolhem uma grande diversidade de microorganismos, adaptados a habitats extremos - muitos deles por catalogar - que se alimentam apenas de minerais - Fonte: wikipédia

Para David Fernández, diferentes análises do rio mostram que "preserva biomoléculas de grande tamanho que permitem definir os organismos de que resultam".
Na sua investigação nas várias localizações, os cientistas vão procurar fósseis moleculares de seres vivos, desde microorganismos até grandes vertebrados.
Fonte: El Mundo

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