quinta-feira, 12 de maio de 2011

Telescópio Fermi detecta poderosa explosão de raios gama na Nebulosa de Caranguejo

A Nebulosa do Caranguejo, remanescente de uma supernova, sofreu a maior explosão de raios gama observada até agora, libertando cerca de 30 vezes mais energia do que numa situação normal e cerca de cinco vezes mais potente que erupções anteriores.

O Observatório Fermi descobriu uma grande explosão de raios gama na Nebulosa do Caranguejo em 12 de Abril de 2011. Estas imagens mostram o número de raios gama com energias superiores a 100 milhões de electrões-volt, de uma região do céu centrada na Nebulosa do Caranguejo. À esquerda, a região 20 dias antes da explosão, à direita, a 14 de Abril. Nas duas imagens, a fonte luminosa a seguir é o pulsar Geminga. - Crédito: NASA / DOE / Fermi LAT / R. Buehler

A grande erupção foi detectada, pela primeira vez, em 12 de Abril, pelo Telescópio Espacial Fermi e, mais tarde, pelo Satélite AGILE, da Agência Espacial Italiana, e durou seis dias. Desde 2009 estes dois telescópios detectaram várias erupções curtas de raios gama, com energias superiores a 100 milhões de electrões volt (eV). (vídeo no final em inglês)

Imagem, em luz visível, da Nebulosa do Caranguejo, obtida pelo Hubble, sobreposta num mapa do céu em raios gama, mostrando a sua localização, indicada pela cruz - Crédito: NASA

A nebulosa é constituída pelos restos de uma estrela que explodiu e que foi observada na Terra em 1054. Está localizada a 6.500 anos-luz, na constelação de Touro. O que resta do núcleo da estrela original constitui uma estrela de neutrões superdensa, situada numa nuvem de gás em expansão. Esta estrela de neutrões, também conhecida por pulsar, gira 30 vezes por segundo. A cada rotação, a estrela emite feixes de radiação intensa em direcção à Terra, criando a característica emissão pulsante das estrelas de neutrões girando.
Para além destas emissões pulsantes, os astrofísicos acreditavam que a Nebulosa do Caranguejo era uma fonte de radiação de alta energia constante. Mas, em Janeiro de 2011, cientistas e observatórios espaciais, incluindo Fermi da NASA, Swift e Timing Rossi X-ray Explorer, observaram várias mudanças no brilho em energias de raios X.
Para Alice Harding, do Centro Goddard Space Flight da NASA, "Estas são as explosões mais intensas que já vimos até agora, e todos eles são eventos extremamente intrigantes". "Pensamos que são causadas por rearranjos súbitos do campo magnético não distante da estrela de neutrões, mas onde está a acontecer exactamente, permanece um mistério."
Supõe-se que as emissões de alta energia da Nebulosa de Caranguejo estão relacionadas com a rápida rotação da estrela de neutrões. Teoricamente, os cientistas concordam que as explosões devem surgir dentro de, aproximadamente, um terço de um ano-luz da estrela de neutrões, mas ainda não foi possível localizar com precisão até agora.
Desde Setembro de 2010, o observatório de raios X Chandra tem monitorado a nebulosa para identificar as emissões de raios X associadas às explosões de raios gama. No entanto, ainda não foi detectada nenhuma alteração nas estruturas de raios-X que cercam o pulsar da nebulosa e que possam estar associados com a explosão.
Baseados no aumento e diminuição de raios gama durante os surtos de Abril, os cientistas estimam que eles devem ser emitidos de uma região com um tamanho semelhante ao do nosso Sistema Solar.


Fonte: NASA

1 comentário:

Anónimo disse...

VEr esta imagens darei suporte importante

Deus não muda e o justo vivera pela Fe:yuo-tube