As fêmeas patolas-de-pés-azuis são mais atraídas por machos com bonitas patas coloridas - Fonte: wikipédia
Utilizando uma população de aves selvagens patolas-de-pés-azuis, Sula nebouxii, uma equipa de cientistas hispano-mexicana demonstrou agora, pela primeira vez, que na natureza também há envelhecimento na capacidade para viver e reproduzir-se. O estudo, publicado no Journal of Evolutionary Biology, foi baseado na análise de um banco de dados, com mais de 30 anos, de uma população de patolas-de-pés-azuis, uma ave de vida longa que habita a costa do Pacífico entre o México, as Ilhas Galápagos e o Peru, para determinar o seu padrão de envelhecimento.
De acordo com Alberto Velando, principal autor do estudo e investigador no departamento de Ecología e Biología Animal da Universidade de Vigo, o estudo mostra, primeira vez, que "o ADN do esperma de indivíduos velhos, destas aves, tem danos. Portanto, os filhos podem ter mais probabilidade de ter doenças congénitas".
No ser humano, comprovou-se recentemente que os filhos de pais com mais de 50 ou 60 anos têm mais probabilidade de sofrer de doenças genéticas. Agora, verificou-se que também se passa o mesmo na natureza. Nestas aves, o dano oxidativo no esperma reflecte-se na cor das patas que envelhece, tornando-se azul mais suave, o que leva à rejeição por parte das fêmeas. Estas preferem machos mais jovens, com patas de cor mais viva, diminuindo a probalidade de ter filhos com problemas genéticos.
O trabalho confirma que, de um modo geral, os machos menos velhos têm menos alterações no ADN do esperma e patas mais coloridas. O estudo permite entender os padrões de selecção e os processos de evolução e crescimento das populações.
Fonte: El Mundo
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