Ilustração de Kepler-16b, o primeiro planeta conhecido que orbita duas estrelas - conhecido por "circumbinary planet" (planeta circumbinário). Foi descoberto pela missão Kepler da NASA. Na imagem o novo planeta passa em frente às duas estrelas-mãe (trânsito), onde a mais pequena bloqueia, parcialmente, a maior - Crédito: NASA/JPL-Caltech/R. Hurt
É um planeta frio e gasoso, não próprio para abrigar vida, mas demonstra a diversidade de planetas na nossa galáxia. Kepler-16b foi detectado através da observação de trânsitos, em que o brilho de uma estrela escurece quando o planeta passa na sua frente. O novo planeta pertence ao sistema Kepler-16, um par de estrelas que orbitam e que se eclipsam uma à outra, do nosso ponto de vista na Terra. Quando a estrela menor bloqueia parcialmente a estrela maior, ocorre um eclipse primário, e quando a estrela menor é ocultada, ou completamente bloqueada pelo estrela maior, o eclipse é secundário.
Os astrónomos começaram por observar que o brilho do sistema diminuia, mesmo quando as estrelas não se eclipsavam uma à outra, sugerindo a presença de um terceiro corpo. O planeta descoberto tem um tamanho semelhante a Saturno, e supõe-se ser formado por rocha e gás em partes aproximadas. As estrelas-mãe são menores que o nosso Sol. Uma tem cerca de 69% da massa do Sol e a outra apenas 20%. Kepler-16b orbita as duas estrelas a cada 229 dias, perto dos 225 dias da órbita de Vénus, mas está fora da zona habitável do sistema, onde pode existir água líquida na superfície, porque as estrelas são mais frias que o nosso Sol.
Ilustração do planeta Kepler-16b, em primeiro plano da imagem, com um tamanho semelhante a Saturno. É um planeta frio, com a superfície gasosa e fora da zona habitável do sistema - Crédito: NASA/JPL-Caltech/T. Pyle
"A maioria do que sabemos sobre os tamanhos de estrelas vem de tais sistemas binários que se eclipsam, e para a maioria dos tamanhos dos planetas a partir dos trânsitos", disse Laurance Doyle, cientista da missão Kepler e autor principal do estudo a publicar sexta-feira (16) no jornal Science.
"Kepler-16 combina o melhor dos dois mundos, com eclipses estelares e trânsitos planetários num só sistema."
O vídeo mostra o trânsito do planeta à volta das duas estrelas que se eclipsam.
Segundo William Borucki, investigador principal da missão Kepler, "esta descoberta confirma uma nova classe de sistemas planetários que podem abrigar vida. Como a maioria das estrelas da nossa galáxia forma parte de um sistema binário, as oportunidades de vida são muito mais amplas do que se formassem apenas planetas orbitando estrelas individuais.
Fonte: NASA
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