Rã-leopardo, Rana sphenocephala (ilustração) - Fonte: wikipédia
Na década de 1990, foi identificado o fungo Batrachochytrium dendrobatidis como o causador da quitridiomicose que provocou o declínio de populações, sobretudo de rãs e sapos, já também bastante afectadas com as alterações climáticas ou a diminuição de habitat.
No estudo foi publicado na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences, Anna Savage e Kelly Zamudio, ambos da Universidade de Cornell, no estado de Nova Iorque, referem ter descoberto um gene que está a salvar certos indivíduos de uma espécie de rã-leopardo, Lithobates yavapaiensis.
Na sua investigação, os pesquisadores recolheram indivíduos de cinco populações diferentes, que eles infectaram com o fungo. As rãs de três das cinco populações morreram todas, mas alguns indivíduos das outras duas populações sobreviveram.
Através de estudos genéticos, os cientistas verificaram que as rãs sobreviventes tinham uma variação num dos genes de uma região com grande importância para o sistema imunitário e que é partilhada por vários grupos de animais, incluindo os mamíferos. Ao examinar o ADN onde se encontrava a nova variante do gene encontrada, os investigadores descobriram que tinha existido uma mudança recente. Para Anna Savage, “Esta mudança no ADN dá-nos provas que as rãs podem estar a adaptar-se à quitridiomicose ao evoluírem novas variantes dos genes que combatem melhor [a doença].”
É possível que estas duas populações de rãs tenham sido expostas ao fungo desde a década de 1970 e, a partir daí, tenha havido uma selecção natural muito intensiva, de maneira que estes indivíduos já conseguem combater o fungo.
A descoberta traz uma esperança para a sobrevivência dos anfíbios através da sua própria genética, mas para aqueles que não estão a reagir à doença, os cientistas defendem projectos de conservação que impeçam o desaparecimento das espécies.
Fonte: Público.pt
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