Lua Europa, de Júpiter, numa composição colorida violeta, verde e imagens em infravermelho. À esquerda, uma visão da lua na cor natural e, à direita, em cor melhorada criada para realçar as diferenças subtis de cores na superfície. A parte branca e azulada clara da superfície de Europa é composta principalmente de gelo de água, com muito poucos materiais sem ser gelo. Em contraste, as regiões pintalgadas de castanho, no lado direito da imagem, podem estar cobertas por sais hidratados e um componente vermelho desconhecido. O terreno pintalgado de amarelo, no lado esquerdo da imagem, é causado por outro componente desconhecido. As linhas escuras e compridas são fracturas na crosta, algumas das quais com mais de 3.000 quilómetros de comprimento - Crédito:NASA/JPL/University of Arizona
Um novo estudo da NASA mostra que o peróxido de hidrogénio é abundante em grande parte da superfície da lua Europa, de Júpiter. De acordo com os autores, se o peróxido na superfície de Europa se mistura com o oceano debaixo da crosta, isso poderia constituir uma fonte de energia importante para formas de vida simples, se realmente existisse vida lá.
"A vida como a conhecemos necessita de água líquida, elementos como o carbono, azoto, fósforo e enxofre, e também de alguma forma de energia química ou luz para a formação da vida", disse Kevin Hand, do Jet Propulsion Laboratory da NASA, Pasadena, Calif. e principal autor do estudo publicado recentemente em Astrophysical Journal Letters.
"Europa tem a água líquida e elementos, e achamos que compostos como o peróxido podem ser uma parte importante da energia que é precisa. A disponibilidade de oxidantes, como o peróxido, na Terra foi uma parte fundamental para o aparecimento da vida multicelular complexa", disse o cientista.
O peróxido de hidrogénio foi detectado pela primeira vez na Europa pela missão Galileu da NASA, que explorou o sistema de Júpiter de 1995 a 2003. No entanto, as observações de Galileu correspondiam a uma região limitada.
Os novos resultados mostram que o peróxido está difundido em grande parte da superfície de Europa, com as maiores concentrações em regiões onde o gelo de Europa é quase água pura, com muito pouca contaminação de enxofre. O peróxido é criado pela intensa radiação que afecta a superfície gelada de Europa, enquanto se move através do poderoso campo magnético de Júpiter.
"As medições de Galileu deram indicações tentadoras do que poderia estar a acontecer em toda a superfície de Europa, e agora fomos capazes de quantificar isso com as nossas observações com o telescópio Keck", disse Mike Brown, co-autor do estudo. "O que ainda não sabemos é como a superfície e o oceano se misturam, o que proporcionaria um mecanismo para qualquer forma de vida usar o peróxido."
Ilustração de Europa (em primeiro plano), Júpiter (à direita) e Io (meio). Com base em novas provas da lua Europa e de Júpiter, os astrónomos sugerem que sais de cloreto borbulham a partir do oceano líquido global da lua gelada e chegam à superfície congelada, onde são bombardeados com enxofre dos vulcões da grande lua interior de Júpiter, Io - Crédito:NASA/JPL-Caltech
Os cientistas acreditam que o peróxido de hidrogénio é um factor importante para a habitabilidade do oceano global de água líquida sob a crosta gelada de Europa, pois o peróxido de hidrogénio decompõe-se em oxigénio quando misturado com a água líquida.
"Na lua Europa, compostos abundantes como o peróxido poderiam ajudar a satisfazer a exigência de energia química necessária para a vida dentro do oceano, se o peróxido se misturar no oceano", disse Kevin Hand.
Fonte: NASA
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