segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Observatório Espacial Herschel fechou os olhos para o Universo

Andrómeda, também conhecida por M31, é a grande galáxia mais próxima da Via Láctea. Sensível à luz infravermelha da poeira fria misturada com o gás, Herschel mostra as nuvens de gás onde nascem as estrelas. A nova imagem revela um pouco da poeira mais frio da galáxia - apenas algumas dezenas de graus acima do zero absoluto - de cor vermelha nesta imagem. Crédito:ESA/Herschel/PACS & SPIRE Consortium, O. Krause, HSC, H. Linz

O telescópio espacial europeu Herschel deixou de observar depois de esgotar o líquido refrigerante, tal como já se esperava.
Durante quase quatro anos, a missão da Agência Espacial Europeia permitiu aos cientistas observar as regiões escuras e frias do universo - invisíveis com outros telescópios - relativas a planetas, estrelas e formação de galáxias.
O esgotamento do hélio foi confirmado hoje, durante a comunicação diária da sonda com a estação de terra, no oeste da Austrália.
As observações do telescópio Herschel terminaram, mas as suas descobertas vão continuar, pois os astrónomos ainda têm muitos dados para analisar. Muita dessa informação já é pública, estando disponível através do Centro de Ciência Herschel, da NASA. Os dados finais serão tornados públicos dentro de seis meses.
Herschel foi lançado a partir da Guiana Francesa, em Maio 2009. Os seus detectores foram projectados para captar o brilho de objectos celestes com comprimentos de onda infravermelhos da ordem de 625 micrómetros, o que é mil vezes mais do que podemos ver com nossos olhos. Como o calor interfere com estes dispositivos, eles foram refrigerados a temperaturas baixas como 2 kelvins (menos 271 graus Celsius ou 456 Fahrenheit), utilizando hélio líquido, que agora acabou, transformando o Herschel em lixo espacial, depois do bom serviço prestado.
O observatório espacial Herschel é responsável por algumas imagens fantásticas de objectos cósmicos distantes, como as belíssimas Nebulosa da Águia e a Galáxia de Andrómeda.

Observatório Espacial Herschel da ESA contra uma imagem de fundo da região de formação de estrelas de Vela C - Crédito: ESA/PACS & SPIRE Consortia, T. Hill, F. Motte, Laboratoire AIM Paris-Saclay, CEA/IRFU – CNRS/INSU – Uni. Paris Diderot, HOBYS Key Programme Consortium

"Herschel deu-nos uma nova visão do universo escondido até então, apontando-nos um processo inédito de nascimento de estrelas e formação de galáxias e permitindo-nos seguir indícios da água através do Universo, desde nuvens moleculares a estrelas recém-nascidas e os seus discos de formação planetária e cinturões de cometas ", diz Göran Pilbratt, cientista do projecto Herschel, da ESA.
Fonte: NASA e ESA

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