Actualmente, os aviões já encontram ventos fortes. Em meados do século, poderão enfrentar grandes turbulências, com desconforto para passageiros e prejuízos económicos avultados - Crédito imagem: wikipédia
No futuro, os voos em todo o Atlântico Norte vão sofrer maiores turbulências no inverno, se as alterações climáticas forem as previstas pelos cientistas.
De acordo com o estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, publicado na revista Nature Climate Change, actualmente os aviões já encontram ventos mais fortes, mas poderão enfrentar ainda mais turbulência, à medida que o clima aquece.
O aumento da concentração de CO2 na atmosfera fará aumentar significativamente, até ao dobro, a frequência e a intensidade das turbulências. A sua intensidade poderia aumentar entre 10 a 40%. Se as emissões poluentes se mantiverem ao ritmo actual, este cenário poderá tornar-se real em 2050.
A zona do Atlântico Norte afectada pela turbulência poderia também aumentar.
De acordo com Paul Williams, um dos autores da pesquisa, para além do desconforto causado aos passageiros, o aumento da turbulência no espaço aéreo traz também consequências financeiras.
Provavelmente, os voos vão ser desviados mais vezes das suas rotas normais para evitar as turbulências, aumentando a quantidade de combustível gasto. Aumenta o consumo de combustível e a consequente emissão de poluentes também, entrando num círculo vicioso.O aumento dos custos por parte das companhias irá levar a um aumento de preços de passagens.
Os cientistas centraram a sua pesquisa em voos que percorrem o Atlântico Norte, num total de 600 voos diários, em média, que cruzam o oceano entre as Américas e a Europa. Utilizaram um supercomputador para simular as prováveis mudanças nas correntes de ar acima de dez quilómetros de altitude (onde circulam os aviões nas viagens transatlânticas), tal como as chamadas correntes de jacto ligadas à turbulência, seguindo as tendências actuais do aquecimento global.
A corrente de jacto é uma corrente estreita e rápida de vento na alta atmosfera - Crédito: wikipédia
Este estudo da Nature Climate Change é considerado o primeiro a examinar o futuro da turbulência da aviação. A turbulência do ar é difícil de evitar, já que não pode ser vista pelos pilotos ou detectada por satélites ou radar de bordo. Actualmente, os pilotos baseiam-se nos relatos de outros pilotos que atravessaram o Atlântico mais cedo no dia, para terem informação sobre as prováveis condições de voo que vão encontrar.
Fonte: BBC news e El Mundo.es
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