O mapa mostra a radiação mais antiga de nosso Universo, com 370.000 anos, tal como foi detectada com a maior precisão de sempre pela missão Planck - Crédito: ESA e a colaboração Planck
Cientistas da missão Planck revelaram, em 21 de Março, o mapa mais preciso e detalhado de como era o Universo 370 mil anos depois do Big Bang. Ele mostra a luz mais antiga desse tempo, chamada radiação cósmica de fundo, que tem viajado durante biliões de anos desde o Universo primordial, e que agora chega até nós sob a forma de microondas, revelando novas informações sobre a sua idade, conteúdo e origens.
O novo mapa, obtido pelo telescópio espacial Planck, lançado pela Agência Espacial Europeia em Maio de 2009, permite ver minúsculas flutuações de temperatura no Universo, que correspondem a regiões de densidades ligeiramente diferentes e que representam as sementes de toda a estrutura futura: as estrelas e as galáxias (e aglomerados de galáxias) de hoje.
A azul, surgem as regiões ligeiramente mais frias, e a laranja as mais quentes onde, mais tarde, nasceram as galáxias, com grandes concentrações de matéria. Numa delas, surgiu a Via Láctea, onde nos encontramos actualmente, tentando descobrir como tudo aconteceu.
Os resultados do mapa de Planck sugerem que o Universo está a expandir-se mais lentamente do que os cientistas pensavam, e tem 13.820 milhões de anos, é 100 milhões de anos mais velho do que as estimativas anteriores (13.700 milhões de anos).
Os dados também mostram que há menos energia escura (68,3% em vez de 71,4%) e mais matéria, a matéria normal (4,9% em vez de 4,6%) e a escura (26,8% em vez de 24%), no universo do que era conhecido anteriormente.
Este mapa de todo o céu, obtido pela missão Planck, mostra a matéria entre a Terra e o limite observável do Universo. As regiões com mais massa aparecem como áreas mais claras, enquanto as regiões com menor massa são mais escuras. Nas áreas acinzentadas, no centro, a luz da nossa galáxia era muito brilhante e bloqueou a capacidade do Planck para mapear. A matéria normal, composta de átomos, constitui apenas uma pequena percentagem do total da massa do nosso universo. A maior parte da matéria no universo é escura, ou seja, não emite nem absorve a luz, o que dificulta a criação de um mapa da sua distribuição. Para este mapa completo do céu, a missão Planck aproveitou o facto de toda a matéria, mesmo a matéria escura, tem gravidade que afecta a luz que viaja até nós vinda desde o limite do universo observável. Planck mapeou essa luz, a conhecida radiação cósmica de fundo, com extrema precisão ao longo de todo o céu, permitindo aos cientistas criar este mapa de matéria do Universo - Crédito:ESA/NASA/JPL-Caltech
A matéria escura é uma substância invisível que só pode ser observada através dos efeitos da sua gravidade, enquanto a energia escura contraria os efeitos da gravidade e ajuda o Universo a expandir-se. A natureza de ambas permanece misteriosa.
Fonte: NASA
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