segunda-feira, 15 de abril de 2013

Maior prémio sobre o ambiente distingue seis "heróis" em diversas partes do globo

A colombiana Nohra Padilla foi premiada pelo seu trabalho junto dos apanhadores informais de produtos recicláveis em Bogotá - Crédito imagem: wikipédia

A Fundação Ambiental Goldman anunciou hoje os seis galardoados com o Goldman Environmental Prize 2013, considerado o Óscar mundial do ambiente, pela suas lutas a favor da reciclagem, qualidade do ar, da natureza e contra práticas agressivas de exploração de recursos. O prémio de 150.000 dólares (115.000 euros), criado em 1989, é atribuído todos os anos a seis pessoas, de diferentes regiões. Muitas vezes são pessoas desconhecidas, mas cujo trabalho a nível local resulta na protecção do ambiente e das suas comunidades.
Na Europa, o vencedor deste ano é Rossano Ercolini, um professor do ensino básico, na Itália, que começou por lutar contra a instalação de uma incineradora de lixo perto da sua escola, na região da Toscânia, e acabou por se tornar líder do movimento Zero Waste, em prol da reciclagem. O movimento conseguiu o encerramento de 40 incineradores no país.
Ver vídeo sobre a acção de Rossano Ercolini.
A colombiana Nohra Padilla também lutou na área dos resíduos. Foi premiada pelo seu trabalho junto dos apanhadores informais de produtos recicláveis. É uma das principais responsáveis pela reordenação desta actividade numa organização legal da gestão de resíduos, num país onde a reciclagem ainda está numa fase inicial. O exemplo foi seguido por outros países, nomeadamente o Brasil.
Ver vídeo sobre o trabalho de Nohra Padilla em Bogotá.
Outro vencedor é o iraquiano Azzam Alwash. A viver nos Estados Unidos, regressou ao país destruído pela guerra, e está a ajudar as comunidades locais na recuperação das zonas húmidas entre os rios Tigre e o Eufrates (sapais da Mesopotâmia), no Iraque, com resultados positivos. Estas zonas pantanosas foram, em parte, drenadas e contaminadas durante o governo de Saddam Hussein, como castigo contra rebeldes que ali se refugiaram, depois da invasão do Kuwait.
Ver vídeo do trabalho de Azzam Alwash no Iraque.

A pardilheira (pato Marbled Teal ), Marmaronetta angustirostris, voltou aos sapais da Mesopotâmia Fonte: wikipédia 

Na África do Sul, o prémio foi para Jonathan Deal, que liderou uma campanha bem sucedida contra a utilização de fracking, na exploração de gás de xisto no país, para proteger o Karoo, uma região semi-desértica reconhecida pela sua agricultura, beleza e vida selvagem. Nessa técnica de fracturação hidráulica (fracking, em inglês), químicos e água sob pressão são injectados no subsolo, para quebrar a rocha e libertar o gás.
Ver vídeo sobre a luta de Jonathan Deal.
A exploração de recursos naturais também faz parte da luta de Aleta Baun, da Indonésia. O prémio que recebeu reconhece o seu trabalho pela protecção das florestas na porção indonésia de Timor que, desde os anos 1980, têm sido destruídas pelas explorações mineiras nas montanhas onde nascem os principais rios de Timor. Como resultado, a actividade das minas na região foi suspensa, em 2010.
Ver vídeo sobre o trabalho de Aleta Baun em Timor.
A americana Kimberly Wasserman foi reconhecida pelo seu trabalho, a partir de 1998, a favor do encerramento de duas das mais poluentes centrais termoeléctricas dos Estados Unidos, na zona de Chicago, e que acabaram por ser encerradas em 2012.
Ver vídeo sobre a luta de Kimberly Wasserman nos USA.
Fonte: Publicopt e Comunicado de imprensa do Goldman Environmental Prize

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