A imagem mostra 6 galáxias do Universo primordial observadas pelo ALMA (a vermelho). As grandes circunferências vermelhas indicam as regiões onde as galáxias foram detectadas pelo APEX. Este telescópio não observou com nitidez suficiente para permitir identificar a galáxia correspondente, já que muitos objetos candidatos aparecem em cada circunferência. As observações ALMA, nos comprimentos de onda do submilímetro, encontram-se sobrepostas à imagem infravermelha da região, situada na constelação austral da Fornalha, no chamado Chandra Deep Field South, obtida pela câmara IRAC, a bordo do Telescópio Espacial Spitzer - Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), APEX (MPIfR/ESO/OSO), J. Hodge et al., A. Weiss et al., NASA Spitzer Science Center
Uma equipa de astrónomos utilizou o telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) para determinar a localização de mais de 100 galáxias, com formação estelar intensa, no Universo primordial.
No início do Universo, os eventos de formação estelar mais intensos ocorreram em galáxias distantes com grande quantidade de poeira cósmica. Estas galáxias são essenciais para compreender a formação e evolução galáctica ao longo da história do Universo, no entanto a poeira torna-as escuras, o que dificulta a sua identificação com telescópios ópticos.
O telescópio ALMA observa a radiação a maiores comprimentos de onda, por volta do milímetro, conseguindo imagens mais nítidas. Apenas em algumas horas, o novo telescópio fez tantas observações destas galáxias distantes como as que tinham sido feitas por todos os telescópios semelhantes de todo o mundo ao longo de mais de uma década.
Até agora, o melhor mapa existente destas galáxias distantes e poeirentas tinha sido feito com a ajuda do telescópio Atacama Pathfinder Experiment (APEX), operado pelo ESO. Mas, as suas observações não eram suficientemente nítidas para permitir identificar de forma clara estas galáxias.
Nas imagens APEX, cada um destes episódios de formação estelar intensa aparece como uma mancha relativamente difusa, por vezes cobrindo mais do que uma galáxia, mesmo nas imagens mais nítidas obtidas. Estas imagens desfocadas não permitem saber qual das galáxias se encontra a formar estrelas, e o estudo da formação estelar no Universo primordial torna-se muito difícil.
O vídeo compara as imagens APEX e ALMA das galáxias com formação estelar intensa no Universo primordial.
“Os astrónomos esperam por dados como estes desde há mais de uma década. O ALMA é tão potente que revolucionou o modo como observamos estas galáxias, e isto ainda quando o telescópio não se encontrava completamente operacional, na altura em que foram feitas as observações,” disse Jacqueline Hodge (Max-Planck-Institut für Astronomie, Alemanha), autora principal do artigo científico que descreve estas observações.
A equipa foi capaz de identificar, de forma clara, não só as galáxias que apresentavam regiões activas de formação estelar, mas também descobriu, em metade dos casos, que várias galáxias com formação estelar tinham sido confundidas numa única mancha em observações anteriores. A visão precisa do ALMA permitiu distinguir e separar essas galáxias.
Deste modo, os resultados do ALMA formam o primeiro catálogo estatisticamente fiável de galáxias poeirentas com formação estelar do Universo primordial e fornecem uma base fundamental para investigações futuras sobre as propriedades destas galáxias a diferentes comprimentos de onda, sem o risco de má interpretação, devido às galáxias aparecerem juntas, quando na realidade são objectos separados entre si.
Fonte: ESO
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