Celacanto-africano 'Latimeria chalumnae', espécie ainda existente - Crédito: wikipédia
Uma equipa internacional de investigadores sequenciou o genoma do celacanto africano ('Latimeria chalumnae'), uma misteriosa espécie de peixe que se julgava extinto desde a época dos dinossauros (há cerca de 70 milhões de anos), até se encontrar um exemplar vivo, em 1938, na costa africana.
Mais tarde, também se encontraram mais exemplares que foram incluídos numa segunda espécie, o celacanto indonésio ('Latimeria menadoensis'), que pode atingir um metro e meio e habita profundidades de até 700 metros. As populações desta espécie são muito vulneráveis e ainda pouco conhecidas para a ciência.
O estudo preliminar do genoma da espécie africana, que se publica esta semana na revista Nature, confirmou que os seus genes evoluíram mais lentamente que o dos outros peixes e vertebrados terrestres, o que os cientistas já suspeitavam.
Segundo os autores do estudo, os peixes evoluiram tão pouco porque não precisaram. A espécie habita as profundidades do oceano na costa oriental de África, e são zonas estáveis que mudaram muito pouco nos últimos milénios.
Fisicamente, o celacanto é muito semelhante aos seus parentes fósseis, com 300 milhões de anos, mas também tem características em comum com os tetrápodes, animais de quatro patas como os anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Fóssil de celacanto 'Undina penicillata', já extinto - Crédito: wikipédia
Eles também têm nadadeiras lobadas como os peixes pulmonados. Os cientistas acreditam que os primeiros anfíbios de quatro patas, capazes de sair da água e sobreviver na Terra, evoluiram a partir de qualquer uma destas espécies de peixes de nadadeiras lobadas. Segundo eles, os peixes pulmonados e não os celacantos seriam os parentes mais próximos dos tetrápodes.
O genoma do celacanto, conhecido como um "fóssil vivo" (termo usado por Charles Darwin para descrever as espécies vivas muito semelhante a outras identificados apenas através de fósseis encontrados) está a ser comparado ao de outros animais para saber como evoluíram os organismos aquáticos para se adaptarem ao ecossistema terrestre.
Fonte: El Mundo.es
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