A ilustração mostra uma estrela densa, chamada anã branca, cruzando na frente de uma pequena estrela vermelha. A gravidade da anã branca é tão grande que curva e amplia a luz da estrela vermelha -NASA/JPL-Caltech
O Telescópio Espacial Kepler, da NASA, observou os efeitos de uma estrela anã branca curvando e ampliando a luz da sua estrela companheira, uma pequena anã vermelha. É um resultado da teoria geral da relatividade de Einstein num binário ou sistema estelar duplo.
Os astrónomos observaram que o brilho da estrela anã vermelha KOI-256, a cerca de 400 anos-luz de distância na constelação Draco, diminuía aproximadamente a cada 28 horas. Inicialmente pensaram que era um planeta do tamanho de Júpiter a passar à sua frente (em trânsito). No entanto, acabaram por descobrir que não era um planeta mas uma estrela em colapso, uma anã branca, e que a diminuição de brilho acontecia sempre que ela passava por detrás de KOI-256, que bloqueava a sua luz.
Os astrónomos também verificaram que, quando a anã branca passava em frente à companheira, havia um aumento do brilho. Isto acontecia porque, embora a pequena anã branca fosse do tamanho da Terra, a sua massa é tão grande como a do nosso Sol e cerca de 75.000 vezes mais densa do que KOI-256. Portanto, a sua intensa gravidade age como uma lente, uma lente gravitacional, ampliando a luz de KOI-256, em direcção da Terra.
O telescópio Kepler observou este efeito num sistema estelar duplo KOI-256, monitorando as mudanças no brilho da estrela vermelha. Os dois objectos círculam à volta um do outro, mas como a anã vermelha é um pouco menos massiva, tecnicamente orbita a anã branca.
"Esta anã branca tem um tamanho próximo da Terra, mas tem a massa do sol", disse Phil Muirhead, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, autor do artigo publicado no Astrophysical Journal. "É tão robusta que a anã vermelha, embora maior em tamanho físico, está orbitando à volta da anã branca".
"Mas, com esta detecção, estamos a testemunhar a teoria geral da relatividade de Einstein em jogo num sistema de estrelas distantes", disse Doug Hudgins, cientista do programa Kepler na sede da NASA, Washington.
É o que mostra o vídeo
Uma das consequências da teoria geral da relatividade de Einstein é que a gravidade curva a luz. Os astrónomos observam regularmente este fenómeno, muitas vezes chamado de lente gravitacional, na nossa galáxia e fora dela.
Por exemplo, a luz de uma galáxia distante pode ser curvada e ampliada pela matéria à sua frente. Isso revela novas informações sobre a matéria escura e energia escura, dois ingredientes misteriosos do universo.
A lente gravitacional também tem sido usada para descobrir novos planetas e caçar planetas flutuantes livres. No novo estudo Kepler, os cientistas usaram a lente gravitacional para determinar a massa da anã branca. Fonte: NASA
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