terça-feira, 19 de abril de 2011

Mais de 40 espécies de peixes do Mediterrâneo podem desaparecer nos próximos anos

De acordo com um estudo para a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, sobre o estatuto dos peixes marinhos no Mar Mediterrâneo, quase metade das espécies de tubarões e raias (peixes cartilaginosos) e pelo menos 12 espécies de peixes ósseos estão ameaçadas de extinção devido à exploração excessiva, degradação do habitat marinho e da poluição. Mais de 40 espécies podem desaparecer nos próximos anos.

Metade das espécies de tubarões e raias estão ameaçadas - Fonte: wikipédia

Espécies comerciais, como atum-rabilho ( Thunnus thynnus ), garoupa verdadeira ( Epinephelus marginatus ), robalo ( Dicentrarchus labrax ) e pescada ( Merluccius merluccius ) são consideradas ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção a nível regional, principalmente devido à sobre-pesca.
As populações de atum-rabilho do Mediterrâneo e Atlântico Oriental estão numa situação considerada preocupante, com um declínio de 50% nos últimos 40 anos, devido à sobre-pesca intensiva. "A falta de cumprimento das quotas actuais combinado com a falta de notificação generalizada das capturas, podem ter prejudicado os esforços de conservação da espécie no Mediterrâneo."

A sobre-pesca está a levar o atum-rabilho à extinção - Fonte: wikipédia

A utilização de linhas de pesca, de emalhar ou redes de arrasto, e o uso ilegal de redes de deriva faz com que centenas de animais marinhos, sem valor comercial, sejam capturados, ameaçando as populações de muitas espécies de tubarões, raias e outros peixes, bem como outros animais marinhos, como golfinhos, baleias, tartarugas e aves.
"O uso de redes de arrasto é um dos principais problemas para a conservação e sustentabilidade de muitas espécies marinhas", comentou Maria del Mar Otero, responsável pelo programa da UICN para o Mar Mediterrâneo. "Porque não é uma técnica selectiva, que captura não só o peixe que interessa, mas também um grande número de outras espécies ao mesmo tempo, destruindo o fundo do mar, onde muitas espécies vivem, reproduzem-se e se alimentam".
O estudo, que é a primeira avaliação realizada pela IUCN das espécies nativas de peixes marinhos de um mar inteiro, enfatiza a necessidade de reforçar a regulamentação da pesca, a criação de novas reservas marinhas, redução da poluição e revisão das quotas de pesca, em particular o número de capturas permitidas para as espécies ameaçadas.
O consumo responsável é uma das maneiras pelas quais todos nós podemos contribuir para a conservação de muitas espécies marinhas.
Fonte: IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza)

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