Crédito: NASA/Rob/ Hole Watch
Estes mapas das concentrações de ozono sobre o Árctico foram obtidos pelo Ozone Monitoring Instrument (OMI), do satélite Aura da NASA: a imagem da esquerda, em 19 de Março de 2010, e a da direita na mesma data em 2011. Em Março de 2010 a concentração de ozono era relativamente elevada, mas em Março de 2011 os níveis eram baixos. A animação neste endereço mostra a dinâmica da camada de ozono entre 1 Janeiro e 23 Março, em ambos os anos.
O ozono é destruído quando compostos à base de bromo ou cloro, especialmente os clorofluorcarbonos (CFCs) quebram, libertando os seus átomos que se combinam com o oxigénio. A destruição do ozono é maior quando a estratosfera está especialmente fria, o que tem acontecido nas últimas semanas. Os valores encontrados indicam que a camada de ozono registou uma perda de 40 por cento na região do Árctico entre o início do Inverno e o fim do mês de Março.
De acordo com Paul Newman, cientista atmosférico e especialista em ozono no Goddard Space Flight Center da NASA: "Esta redução não é necessariamente uma grande surpresa". "A camada de ozono continua vulnerável a grandes destruições, porque os níveis totais de cloro estratosférico são ainda elevados, apesar da regulamentação pelo Protocolo de Montreal. Os níveis de cloro estão a diminuir lentamente, porque as substâncias destruidoras do ozono têm um tempo de vida muito longo".
A concentração de ozono na atmosfera do Ártico varia muito de ano para ano, e o "buraco" do ozono não se forma de modo consistente como acontece na Antárctida. No Inverno de 2010, as temperaturas baixas da estratosfera foram elevadas e os níveis de ozono foram muito elevados, mas em 2011 o Inverno estratosférico foi muito frio e persistente, o que conduziu a uma maior e mais prolongada destruição de ozono até à Primavera.
A última excepcionalmente baixa das temperaturas da estratosfera sobre o Pólo Norte foi registada em 1997. Os cientistas estão a investigar a razão de 2011 e 1997 terem invernos árcticos tão frios e se esses acontecimentos estão associados à alteração climática global.
Com esta diminuição de ozono tão elevada no Árctico, nos próximos meses é possível verificar-se aumentos na intensidade da radiação ultravioleta (UV) na região e latitudes médias, uma vez que o ozono é o protector solar natural da Terra. O ozono forma uma camada a cerca de 25 Km de altitude e que actua como um filtro solar, protegendo a vida na Terra dos nocivos raios ultravioletas, o que pode prejudicar a vida marinha e aumentar o risco de cancro de pele e catarata.
Acompanhe a evolução do buraco de ozono, em tempo real. (Ozone Hole Watch)
Fonte: Earth Observatory
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ONU alerta que buraco na camada de ozono sobre o Árctico atingiu níveis recorde (actualizado em 5/04/2011)
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