Há uma maior diversidade de fonemas nas linguas africanas, evidenciando a origem da linguagem humana - Fonte: wikipédia
Atkinson usou os fonemas de 504 idiomas em todo o mundo, e mostrou que há uma maior diversidade de fonemas nas línguas africanas e uma menor, na fala dos povos da América do Sul e do Pacífico, pontos mais distantes da África. O padrão é semelhante ao que acontece com a diversidade genética humana. Uma das evidências que dão suporte à origem do homem moderno na África é a diminuição da diversidade genética com o aumento da distância da África. Como regra geral, quanto mais distante da África, amplamente aceite como o berço da nossa espécie, são menores as diferenças entre os indivíduos, dentro de uma determinada população.
Esta teoria prevê que a diversidade deverá ser maior no ponto de origem da expansão. A diminuição do número de fonemas é uma forte evidência de que a origem de todas as línguas humanas modernas ocorreu na África, tal como aconteceu com os genes.
Os resultados de Atkinson não só seguem o padrão genético global, sugerindo a migração do homem moderno para fora de África, mas também acontecimentos posteriores na pré-história humana.
Assim, fora da África, a maior diversidade de fonemas surgiu em idiomas do Sudeste Asiático, o que é consistente com a alta diversidade genética que lá existe. Isto sugere que as populações do Sudeste Asiático cresceram muito rapidamente logo após a saída de África. E dentro das Américas, a diversidade de fonemas era menor quanto mais longe a população estivésse do Estreito de Bering, o que está de acordo com os pressupostos que os primeiros americanos vieram da Ásia, atravessando o Estreito de Bering, e se espalharam até à América do Sul.
O estudo também sugere que a linguagem humana é anterior às migrações humanas para fora de África, entre 50.000 a 70.000 anos atrás. Atkinson conclui que a linguagem pode ter sido a inovação essencial, cultural e cognitiva, que impulsionou a colonização humana do planeta.
O estudo vem publicado na revista Science.
Fonte: Science via ÚltimoSegundo
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