De acordo com James McClintock, professor de Biologia Marinha Polar da Universidade do Alabama em Birmingham, e outros pesquisadores da vida marinha interessados no continente, a situação é muito preocupante porque o ecossistema vulnerável pode ser eliminado.
Caranguejo-rei, Paralithodes camtschaticus - Fonte: wikipédia
Os caranguejos não existem na Antárctida, o continente mais austral da Terra, talvez há milhões de anos por causa das baixas temperaturas. No entanto algo deve ter mudado, pois eles já estão a aproximar-se da plataforma que circunda a Antárctida, vindos de zonas profundas entre 1.800 e 2.700 metros (6.000 e 9.000 pés).
Os moluscos, caracóis e estrelas do ecossistema, por causa da adaptação ao seu ambiente, têm protecções macias e nunca tiveram predadores deste tipo. Poderão ser a principal presa para os caranguejos-rei.
A perda de moluscos únicos pode comprometer organismos com compostos usados no combate a doenças, como as ascídias, por exemplo, que produzem um agente que combate o cancro de pele. O desaparecimento destas espécies pode significar a perda da cura para doenças.
Ascídias, ilustração de Ernest Haeckel - Kunstformen der Natur , 1904 - Fonte: wikipédia
Não se conhece a causa desta invasão, mas os cientistas acreditam que está ligada ao aquecimento do clima pela intervenção humana.
O aparecimento dos caranguejos-rei pode trazer, ainda, outros impactos para a Antárctida. A região tem vindo a tornar-se um destino popular para turistas, mas agora os caranguejos estão a atrair também os pescadores.
Segundo McClintock, "Todo o ecossistema pode mudar. E isto é apenas o exemplo de uma espécie expandindo-se para um novo território. Certamente haverá mais à medida que o clima for aquecendo".
Fonte: ScienceDaily
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