Esta nova descoberta, publicada na última edição da revista Nature, pode ajudar os cientistas a separar os diferentes tipos de gigantes vermelhas que exteriormente parecem idênticas, contribuindo para um melhor entendimento do futuro do nosso Sol e a história da galáxia. Daqui a cerca de 5 biliões de anos, o Sol vai aumentar o seu tamanho, tornando-se numa gigante vermelha.
O estudo cuidadoso das oscilações de muitas estrelas dá indicações sobre a evolução estelar de estrelas como o nosso Sol, começando no canto inferior esquerdo (etapa1) em que a estrela obtém energia através da fusão nuclear do hidrogénio, formando-se hélio (etapa 1).Em fases posteriores, a estrela vai fundir o hidrogénio de um reservatório à volta do núcleo de hélio (etapas 2 e 3), onde o reservatório se expande até tamanhos de gigante vermelha. Finalmente, a gigante vermelha começará a fusão do hélio do seu núcleo e que se transforma em carbono (etapa 4) - Exteriormente não é possível distinguir uma estrela com fusão de hidrogénio de reservatório, de uma estrela com fusão nuclear de hélio - Crédito: Thomas Kallinger, University of British Columbia and University of Vienna
As estrelas gigantes são estrelas dilatadas numa fase mais adiantada da sua evolução e que esgotaram o suprimento de hidrogénio nos núcleos, a fonte primária de combustível para a fusão nuclear. Com o tempo, o produto da fusão nuclear, o hélio, vai-se acunulando no núcleo, forçando o hidrogénio para dentro de um reservatório à volta do núcleo, queimando mais rapidamente que antes. Perto do final de vida, as gigantes vermelhas começam a queimar o hélio no seu núcleo.
Daqui a quatro ou cinco biliões de anos, a órbita actual da Terra não será um bom lugar para se estar, quando o Sol passar a ser uma gigante vermelha, antes de se transformar numa anã branca.
O núcleo destas estrelas gigantes vermelhas diz-nos exactamente o que vai acontecer com o nosso Sol quando ele envelhecer.
Analisando o brilho de centenas de gigantes vermelhas, o telescópio Kepler permitiu abrir um caminho até ao núcleo dessas estrelas. As mudanças de brilho na superfície de uma estrela resultam de movimentos turbulentos no interior e que causam tremores contínuos nas estrelas, "starquakes", criando ondas sonoras que se deslocam para o interior e regressam à superfície.
Em determinadas condições, estas ondas interagem com outras ondas presas dentro do núcleo de hélio da estrela. A forma como essas ondas sonoras interagem pode alterar o seu brilho, alteração que os cientistas podem observar e que depende da estrutura dos núcleos das estrelas. Este estudo faz parte da Astrossismologia, que utiliza "terramotos nas estrelas" para explorar a estrutura interna das estrelas, assim como a Geologia usa os terramotos para conhecer o interior da Terra.
Fonte: NASA/Kepler
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