terça-feira, 12 de abril de 2011

Telescópios da NASA ajudam a descobrir uma galáxia muito jovem, do início do Universo

 Astrónomos descobriram uma das mais jovens galáxias no Universo distante, com estrelas que se formaram há 13,5 biliões, apenas 200 milhões de anos após o Big Bang.

A imagem da galáxia está a ser ampliada pela gravidade de um aglomerado massivo de galáxias, Abell 383, localizado à sua frente, tornando-a 11 vezes mais brilhante, fenómeno designado por lente gravitacional  e que facilita a sua observação - Crédito: NASA , ESA , Richard J. (Centro para a Investigação Astronómica / Observatório de Lyon, França), e J.-P. Kneib (Laboratório de Astrofísica de Marselha, França)

O Telescópio Espacial Hubble foi o primeiro a identificar a recém-descoberta galáxia. As observações detalhadas do Observatório WM Keck em Mauna Kea, no Havaí, revelaram que a galáxia é de quando o universo tinha apenas 950 milhões anos, sendo que o universo se formou há cerca de 13,7 biliões de anos.
Dados de infravermelho, dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer da NASA, mostraram que as estrelas da galáxia são muito antigas, tendo-se formado quando o Universo tinha apenas 200 milhões de anos.
Esta galáxia é uma das mais jovens a ser observadas com tanta clareza. Normalmente, estas galáxias são muito ténues, mas, neste caso, a natureza ajudou com uma lente de ampliação cósmica. A imagem da galáxia está a ser ampliada pela gravidade de um aglomerado massivo de galáxias, Abell 383, localizado à sua frente, tornando-a 11 vezes mais brilhante, fenómeno designado por lente gravitacional (gravitational lensing) e que facilita a sua observação.
A descoberta pode ajudar a explicar como o nevoeiro de hidrogénio que preenchia o Universo inicial ficou transparente. Num determinado momento do início da história do Universo, ele passou de um período escuro para um período de luz à medida que as primeiras estrelas e galáxias se formaram e começaram a brilhar. Esta radiação ionizou os átomos de hidrogénio neutro que flutuavam à volta no espaço, tornando-os partículas carregadas. Então a luz ultravioleta passou a poder viajar livremente através do que tinha sido um nevoeiro escuro.
A descoberta desta galáxia, com estrelas formadas apenas 200 milhões de anos após o Big Bang, ajuda a conhecer esta época de reionização cósmica, no início do Universo. Quando ela estava a desenvolver-se, as suas estrelas quentes e jovens terão ionizado grandes quantidades de gás hidrogénio neutro no espaço intergaláctico. Uma população de galáxias semelhantes, provavelmente, também contribuíu para esta reionização, mas são demasiado fracas para serem vistas sem o efeito de ampliação das lentes gravitacionais.
Fonte: Hubble NewsCenter

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