segunda-feira, 18 de abril de 2011

Alteração climática destroi as costas do Árctico

Um duplo estudo tornado público hoje conclui que o aquecimento global está destruindo as costas do Árctico, através da erosão que afecta não só as populações humanas mas também a sobrevivência das espécies locais de plantas e animais.

As costas do Árctivo constituem cerca de um terço do total das costas do planeta (imagem de satélite) - Fonte: wikipédia

Os resultados foram apresentados por uma equipa de trinta cientistas de dez países, que analisou a situação de 100.000 Km de costa, cerca de 25% das fronteiras terrestres dos oito países que têm a norte o Oceano Árctico.
De acordo com Volker Rachold, investigador do Instituto Alfred Wegener de Potsdam (este da Alemanha), a erosão das costas do Árctico avança a uma média de meio metro por ano, mas em algumas zonas chega a ser de dez metros por ano. As áreas mais afectadas estão na zona russa, mar de Laptev e o este da Sibéria.
As costas do Árctivo constituem cerca de um terço do total das costas do planeta, daí que o estudo alerta que a erosão pode vir a afectar grandes áreas no futuro.
Este retrocesso da costa é consequência do aquecimento global que é agravado no Círculo Polar Árctico, onde o aumento de temperatura é o dobro do aumento da temperatura média global.

O degelo do 'permafrost' favorece a erosão dos terrenos - Fonte: wikipédia

Este aquecimento está a descongelar parte do 'permafrost' costeiro, isto é, a camada de gelo permanente dos níveis mais superficiais do solo própria das regiões muito frias, o que desagrega o já fragmentado solo onde assenta, que assim fica totalmente exposto à acção do Oceano Árctico.
O documento sobre o "Estado da Costa Árctica 2010" refere o grande impacto deste processo de erosão grave nos ecossistemas árcticos costeiros e na população humana da região.

A destruição costeira do Árctico afecta os grandes rebanhos da região - Fonte: wikipédia

Os mais afectados são os animais selvagens que vivem nas regiões, como os grandes rebanhos, especialmente de renas, e os frágeis ecossistemas de lagos de água doce perto da costa. O homem também é afectado, mas dada a pequena população no litoral norte do planeta, não será a principal vítima deste problema ambiental.
A situação torna-se mais preocupante quando, tal como reconhece Rachold, há "grandes interesses" económicos e comerciais para os quais o degelo abre as rotas marítimas para a exploração da região árctica, rica em recursos naturais como o petróleo.
Fonte: El Mundo

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