quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Os sobreviventes da tragédia do vaivém espacial Columbia, há 10 anos

Vermes Caenorhabditis elegans, descendentes dos que conseguiram sobreviver ao desastre do Columbia, em 2003, viajaram até à Estação Espacial Internacional, transportados pelo vaivém espacial Endeavour durante a sua última missão, em Maio de 2011, antes de ser retirado de serviço - Crédito imagem: wikipédia

Em 1 de Fevereiro de 2003, o vaivém espacial Columbia desintegrou-se, quando retornava à Terra, matando sete astronautas. Mas, surpreendendo todos, outros seres vivos a bordo da nave espacial conseguiram sobreviver.
O Columbia deixou a Terra, pela última vez, em 16 de Janeiro de 2003. Durante o tempo que permaneceu no espaço, na sua missão STS-107, os tripulantes dedicaram-se à pesquisa científica e passaram o tempo realizando experiências - cerca de 80 - sobre ciências da vida, ciências dos materiais, física de fluidos e outros assuntos. Entretanto, o vaivém permaneceu em órbita, e não visitou a Estação Espacial Internacional. 
Com a desintegração do vaivém espacial e as altas temperaturas verificadas na reentrada da atmosfera terrestre, pensou-se que nenhum ser vivo podia sobreviver. Para além dos sete astronautas, os cientistas acreditaram que as 80 experiências também tinham sido destruídas.
 Para surpresa de todos, várias experiências foram recuperadas dos destroços, incluindo um grupo vivo de vermes (nematóides) de um milímetro de comprimento, de nome científico Caenorhabditis elegans.
Ninguém esperava que os nematóides pudessem sobreviver ao calor intenso da reentrada. Mas, estavam acondicionados num recipiente metálico, localizado dentro do armário de um compartimento da tripulação, especialmente reforçado para proteger os materiais no seu interior.
Grande parte dos resultados perdeu-se, pois os pesquisadores não tiveram acesso aos vermes imediatamente após o acidente.
No entanto, de acordo com os cientistas, do ponto de vista da astrobiologia, a tragédia do Columbia demonstrou que foi possível um organismo multicelular atravessar a atmosfera ileso, mesmo em condições extremas. Isto significa que pode haver transferência interplanetária de vida, por meios naturais.
Cartaz de homenagem ao vaivém espacial Columbia e sua tripulação, exposto no Centro de Controle de lançamento, no Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida. Columbia foi o primeiro da frota americana de vaivéns espaciais (Columbia, Discovery, Challenger, Endeavour e Atlantis) a orbitar a Terra - Crédito: wikipédia

Depois do Columbia, populações de Caenorhabditis elegans já viajaram até à Estação Espacial Internacional, com o objectivo de estudar, mais em pormenor, como a vida em ambiente de microgravidade pode afectar o organismo, nomeadamente em viagens espaciais. Tal como os astronautas perdem massa muscular, enquanto estão no espaço, os nematóides também revelam sinais de perda de massa muscular.
Os vermes descendentes dos nematóides sobreviventes do Columbia vivem no Centro Genético de Caenorhabditis elegans (Caenorhabditis elegans Genetic Center), dirigido pela Universidade de Minnesota. Alguns desses descendentes dos vermes do Columbia também já foram ao espaço, transportados pelo vaivém Endeavour, em Maio 2011, durante o voo final, antes de ser desactivado.
Todos os anos, a NASA faz uma homenagem pública aos astronautas que deram a sua vida pela exploração espacial. Este ano, as cerimónias do Day of Remembrance (Dia da Memória) decorrem esta sexta-feira, 1 de Fevereiro de 2013, o 10 º aniversário da perda do Columbia. São recordados os tripulantes perdidos nos desastres da Apollo 1 (27 de Janeiro de 1967), do Challenger (28 de Janeiro de 1986) e do Columbia (1 de Fevereiro de 2003).
Fonte: Space.com

Sem comentários: