Todos os anos são desperdiçados cerca de 2000 milhões de toneladas de comida que podiam alimentar os 1000 milhões de pessoas que passam fome. Muitos legumes e fruta são deitados fora pela sua aparência apenas! - Crédito: wikipédia
Metade da comida que se produz no mundo acaba no lixo ou a apodrecer no campo. Actualmente, produzem-se cerca de 4000 milhões de toneladas de alimentos por ano. Estima-se que entre 30% e 50% de toda a comida produzida nunca chega ao estômago humano. Esta é a perturbadora conclusão de um relatório, intitulado 'Global Food: Waste Not, Want Not', apresentado hoje pelo Institution Mechanical Engineers (IME) (Instituto de Engenheiros Mecânicos), da Grã-Bretanha.
Os resultados do estudo apontam 1,2-2000 milhões de toneladas de alimentos que não são aproveitados, uma quantidade impressionante de alimentos desperdiçados e perdidos em todo o mundo, e que podiam ser utilizados para alimentar a crescente população mundial, bem como aqueles que têm fome hoje (cerca de 1000 milhões de pessoas).
Os números apresentados no relatório do IME ainda não reflectem, no entanto, outro tipo de perdas, que constituem também um desperdício desnecessário de recursos naturais, como a água, terra e energia que foram utilizados na produção, processamento e distribuição dos alimentos.
Em Portugal desperdiça-se um milhão de toneladas de alimentos por ano, (17% do que é produzido pelo país), de acordo com as conclusões do PERDA - Projecto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar, apresentadas em Dezembro de 2012.
As más práticas agrícolas, o deficiente armazenamento e os problemas de distribuição e transporte são considerados as principais causas deste desperdício nos países em desenvolvimento.
Nos países desenvolvidos, contudo, os supermercados e os pontos de venda têm grande parte da culpa, com a sua política rígida de validade e as "ofertas especiais", fazendo os consumidores comprarem mais do que precisam. Também a grande importância dada à aparência dos produtos obriga, muitas vezes, a deitar fora boa parte das colheitas de legumes e frutas.
O estudo divulgado lembra que as previsões da ONU apontam para um aumento da população mundial até 2075, de três mil milhões de pessoas. Nesse ano, haverá 9,5 mil milhões de bocas para alimentar.
Tal como se pode ler no comunicado do IME, "este nível de desperdício é uma tragédia que não pode continuar, se quisermos ter sucesso no desafio de atender, de forma sustentável, as nossas demandas de alimentos no futuro."
Fonte: Comunicado de IME via Publico.pt
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