segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cratera gigante de Marte mostra vestígios de um antigo lago

Camadas de rochas no chão da cratera McLaughlin, em Marte, mostram rochas sedimentares contendo evidências espectroscópicas de minerais formados através da interacção com a água. A imagem foi obtida pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA - Crédito: NASA / JPL-Caltech / Univ. do Arizona

A partir de dados recolhidos pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, em órbita de Marte, pesquisadores detectaram minerais que se formam na presença de água. A descoberta fornece novas evidências de um ambiente húmido subterrâneo e potencialmente habitável no planeta vermelho, o que torna ainda mais complexa a sua história evolutiva.
Os cientistas analisaram a informação recolhida pela sonda na cratera de McLaughlin, com um diâmetro aproximado de 92 Km e 2,2 Km de profundidade. No fundo da cratera, foi possível identificar camadas de rochas contendo carbonatos e minerais de argila, que se formaram por interacção com a água, um ingrediente necessário à vida
Mas, a cratera McLaughlin não apresenta canais de fluxo de água do exterior, sugerindo que a formação dos carbonatos e minerais de argila se deu num lago alimentado por água subterrânea dentro da bacia fechada da cratera. A sua profundidade permitiu o fluxo de água do subsolo para o interior da cratera.
Segundo o estudo publicado na revista 'Nature Geoscience', os resultados da análise da composição dos minerais constituem a prova mais sólida encontrada até agora de que Marte pode ter tido alguma forma de vida microbiana. Para alguns pesquisadores, o interior da cratera captando água e a zona subterrânea fornecendo água podem ter sido ambientes húmidos e potenciais habitats.
Descobrir como se formou e evoluiu Marte fornece informação valiosa sobre como se formou a Terra e como surgiu a vida.
Para John Parnell, co-autor do estudo e geoquímico na Universidade de Aberdeen (Escocia), esta pesquisa demonstra como os estudos sobre Marte e Terra estão intimamente relacionados. Segundo ele, "é o que observamos nos micróbios que vivem sob os continentes e nos oceanos da Terra. Permitem-nos especular sobre a possibilidade de que Marte já teve habitats que abrigaram vida no passado, o que nos mostra, por sua vez, como poderiam ter sobrevivido as primeiras formas de vida na Terra."
As rochas subterrâneas de Marte conservam pistas sobre o seu passado geológico em melhor estado de conservação do que na Terra. Aqui, os movimentos das placas tectónicas destruíram muita da história geológica do nosso planeta.
Para os cientistas, estudar estas rochas do subsolo marciano corresponde a encontrar o passado geológico da Terra. Além disso, elas podem ser encontradas à superfície, expostas pelo impacto de meteoritos, o que permite analisar rochas que se encontravam a vários quilómetros de profundidade.
Fonte: NASA e El Mundo.es

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