quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Os enxames globulares de estrelas sobreviveram à destruição de há 13 biliões de anos atrás

Enxame globular galáctico M80  (NGC 6093), na constelação de Escorpião. Contém várias centenas de milhares de estrelas - Crédito: NASA

Os enxames globulares são grupos compactos de estrelas antigas, podendo conter mais de um milhão de estrelas cada um, mantidas juntas pela acção da gravidade. A maior parte deles tem quase 13 biliões de anos de idade, são tão antigos como o Universo e nasceram com a primeira geração de estrelas e galáxias.
Tentando perceber como se formaram, através de uma simulação de computador, uma equipa de astrónomos alemães e holandeses acha que esses aglomerados de estrelas gigantes são os únicos sobreviventes de uma destruição massiva que eliminou muitos aglomerados mais pequenos, 13 biliões de anos atrás.
No início do Universo, a formação explosiva de estrelas, era comum. As grandes galáxias estavam em aglomerados, e as colisões eram frequentes.
Quando as galáxias colidem, muitas vezes geram explosões espectaculares de formação estelar ("starbursts") e uma grande quantidade de brilhantes e jovens aglomerados estelares de diversos tamanhos. Como resultado, pensou-se sempre que o número total de aglomerados de estrelas aumentasse durante as explosões de formação estelar. Mas, a nova simulação de computador mostrou o contrário: há 13 biliões de anos, as explosões de formação estelar podem ter destruído a maior parte dos aglomerados que ajudaram a criar.

O vídeo mostra duas galáxias em colisão, com base numa nova simulação de computador, abrangendo 3,3 biliões de anos. As galáxias eventualmente fundem-se, destruindo muitos dos aglomerados estelares (visível aqui como pontos) no processo. A densidade do gás a partir do qual estrelas e aglomerados estelares nascem é apresentado na escala de cinzentos. As cores dos pontos reflectem as idades dos aglomerados, conforme indicado pela legenda: azul é jovem, o vermelho é velho. O vídeo acompanha a publicação "Formação versus destruição: a evolução da população de aglomerados de estrelas na fusão de galáxias" - por Diederik Kruijssen, Pelupessy Inti, Lamers Henny, Portegies Simon Zwart, Bastian Nate e Vincent Icke - no jornal da Royal Astronomical Society

De acordo com as simulações, a maioria dos aglomerados de estrelas foi destruída logo após a sua formação, quando o ambiente galáctico era ainda muito hostil para os jovens aglomerados.
Quando terminou a onda de "starbursts", depois de cerca de 2 biliões de anos, os pesquisadores verificaram que apenas sobreviveram os aglomerados com um elevado número de estrelas.
Enquanto os grandes aglomerados foram capazes de sobreviver à colisão galáctica devido à sua própria atração gravitacional, os numerosos aglomerados mais pequenos e mais fracos foram destruídos pelas rápidas alterações das forças gravitacionais que ocorrem normalmente durante as explosões de formação estelar, devido ao movimento de gás, poeira e estrelas das colisões.
Segundo os cientistas, os resultados do estudo explicam a diferença entre os aglomerados globulares típicos, com um número de estrelas aproximadamente semelhante em todo o Universo, e os aglomerados estelares muito mais jovens que podem conter quase qualquer número de estrelas, desde menos de 100 a muitos milhares de estrelas. Os dois grupos de aglomerados formaram-se em condições diferentes no início da evolução das suas galáxias hospedeiras.
Assim, os compactos enxames globulares que podemos apreciar actualmente são alguns dos sobreviventes da destruição verificada num período de grande perturbação, no início do Universo. A nossa galáxia está rodeada por cerca de 200 desses grandes aglomerados antigos.
Fonte: ScienceDaily

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