sábado, 18 de fevereiro de 2012

Buraco negro sobreviveu à destruição da sua galáxia

Espectacular galáxia, ESO 243-49, vista de perfil, onde se localiza um buraco negro de massa intermédia, que pode ter pertencido a uma galáxia anã que ela canibalizou. O buraco, de 20.000 massas solares, está acima do plano galáctico, marcado pelo círculo. Neste local foi identificada uma fonte de raios X que aponta o buraco negro. Acredita-se que os raios X têm origem no disco de acreção quente em redor do buraco negro. A luz azul resulta do disco de acreção quente, mas também de um aglomerado de estrelas jovens e quentes que se formaram à volta do buraco negro, e que o telescópio Hubble descobriu. Ele não conseguiu resolver as estrelas individualmente porque o possível aglomerado está muito longe. A sua presença foi inferida a partir da cor e brilho da luz vinda da localização do buraco negro - Crédito: NASA, ESA, e S. Farrell, Sydney Instituto de Astronomia da Universidade de Sydney

Com a ajuda do Telescópio Espacial Hubble, astrónomos encontraram recentemente evidências de um aglomerado de jovens estrelas azuis em torno de um dos primeiros buracos negros de massa intermédia já descobertos. Isto sugere que esse buraco negro já esteve, alguma vez, no centro de uma galáxia anã, que agora já não existe pois terá sido destruída pela gravidade de uma galáxia anfitriã mais massiva e que ela orbitava.
Esta colisão violenta entre as duas galáxias poderá ter destruído a maioria das estrelas da galáxia anã, mas também pode ter comprimido o gás à volta do seu buraco negro central, provocando uma nova onda de formação de estrelas, algumas das quais o telescópio Hubble conseguiu detectar.
As observações sugerem que as jovens estrelas têm idades inferiores a 200 milhões de anos, o que significa que a colisão entre a galáxia mãe e a anã ocorreu, provavelmente, por essa altura.
O buraco negro, de nome HLX-1 (Hyper-Luminous X-ray source 1 - fonte de raios X muito luminosa), de 20.000 massas solares, foi descoberto em 2009 e situa-se acima do plano galáctico da galáxia ESO 243-49, a cerca de 290 milhões de anos-luz da Terra. Foi esta galáxia que destruiu gravitacionalmente a galáxia anã a que pertencia o buraco negro.
Os cientistas acreditam que a descoberta deste buraco negro e do aglomerado de estrelas tem implicações importantes para a compreensão da evolução dos buracos negros e galáxias. Pode representar uma classe de buracos negros médios, que são os blocos de construção dos buracos negros supermassivos do centro da maioria das grandes galáxias, incluindo a nossa Via Láctea.
Fonte: NASA

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