quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Gelo do Árctico atingiu a menor extensão desde que é observado por satélite

Os dados de satélite revelam o novo recorde de extensão mínima do gelo marinho do Árctico, a partir de 16 de Setembro de 2012, comparado com a média da extensão mínima nos últimos 30 anos (em amarelo) - Crédito: NASA/Goddard Scientific Visualization Studio

A capa de gelo do Oceano Árctico atingiu a sua extensão mínima anual de verão, batendo um novo recorde para o valor mais baixo em 16 de Setembro, de acordo com informações do National Snow and Ice Data Center (NSIDC).
Os dados recolhidos por satélites mostram que, neste ano de 2012, o gelo do mar diminuiu para 3,41 milhões de quilómetros quadrados, quase 300000 milhas quadradas a menos do que a extensão mais baixa registada por satélite, em meados de Setembro de 2007, que foi de 4,17 milhões de quilómetros quadrados) (animação com a redução do gelo no verão)
A diminuição foi superior à área do estado do Texas, nos Estados Unidos, que mede aproximadamente 268600 milhas quadradas. No entanto, os especialistas alertam que ainda há possibilidade de haver mais redução do gelo do mar provocada por mudança de ventos.
Todos os anos, a cobertura de gelo do mar Árctico cresce durante os invernos e diminui a partir da primavera. Mas, ao longo das últimas três décadas, verifica-se que o valor da extensão mínima de gelo durante o verão - alcançada em meados de Setembro - tem vindo a diminuir, enquanto crescem as temperaturas do oceano e da atmosfera do Árctico.
Este ano, o valor mínimo da capa de gelo tem aproximadamente metade do tamanho médio atingido entre 1979 e 2000, ficando abaixo dos 4 milhões de quilómetros quadrados pela primeira.
De acordo com os cientistas, "os modelos climáticos previram o recuo do gelo do mar Árctico, mas o recuo actual tem provado ser muito mais rápido do que as previsões".
Além disso, a espessura da calota polar também está a diminuir. Normalmente, a parte central mais grossa, de gelo perene, sobrevivia ao verão. Mas também está a descongelar, tornando-se mais vulnerável com o gelo mais velho sendo substituído por uma camada de gelo sazonal mais fina, que normalmente derrete por completo em cada verão.
Neste verão, o Árctico sofreu o impacto do poderoso ciclone que se formou na costa do Alasca, e que parece ter contribuído para a redução drástica do gelo marinho de verão. No início de Agosto a tempestade mudou-se para o centro do Oceano Árctico e, durante vários dias, provocou profundas alterações na já enfraquecida capa gelada, quebrando grandes extensões de gelo em pedaços mais pequenos e mais fáceis de descongelar. Animação sobre o impacto do ciclone na capa de gelo do Árctico


Se o degelo continua neste ritmo, o Árctico poderá enfrentar muitos outros problemas com a abertura de novas rotas de navegação, até agora congeladas, e ainda a exploração de petróleo, gás e minérios, apesar da forte oposição dos ambientalistas.
Fonte: NASA

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