sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fotógrafo amador filmou a desorientada sonda russa Phobos-Grunt


Thierry Legault, fotógrafo amador de satélites, conseguiu captar em vídeo a desorientada sonda russa Phobos-Grunt, na sua passagem sobre França, em 1 de Janeiro de 2012, a uma altitude de 237 Km.
Nas imagens, a sonda move-se da esquerda para a direita, em marcha atrás, com os tanques para a frente. O Sol está à direita e ilumina os tanques de combustível que brilham, mas os painés solares estão no lado contrário (à esquerda) e não recebem luz solar. Segundo os especialistas, esta falta de energia solar pode ajudar a explicar a ausência de comunicação com a sonda.
Phobos-Grunt foi lançada ao espaço, no início de 9 de Novembro de 2011, com o objectivo de pousar em Phobos, uma das duas luas que orbitam Marte. A nave espacial foi projectada para recolher amostras de solo da lua marciana e trazê-las de volta à Terra em 2014.
No entanto, a sonda não conseguiu sair da órbita terrestre. Também não foi possível restabelecer o controle ou o contacto com a Phobos-Grunt que, desta maneira, se transformou em lixo espacial prestes a cair na superfície terrestre por volta de 15-16 de Janeiro, numa área compreendida entre 51,4º latitude norte e 51,4º latitude sul, segundo as últimas previsões. Como é uma queda descontrolada ainda não se pode saber ao certo uma data concreta e muito menos o local de impacto.
De acordo com a Agência Espacial Federal Russa ou Roscosmos, a maior parte das cerca de 13 toneladas da sonda é constituída pelo combustível, toneladas de hidrazina e tetróxido de nitrogénio (azoto) armazenadas em tanques supostamente feitos de alumínio. Também não se sabe se esse combustível estará congelado ou líquido, mas espera-se que seja libertado dos tanques e queimado durante a reentrada da sonda na atmosfera terrestre.
A existência de todo este combustível torna a queda desta nave espacial ainda mais preocupante do que no caso das quedas dos satélites UARS (24 de Set. 2011) e ROSAT (23 de Out. 2011) que já não tinham combustível.
De qualquer modo, atendendo que 73% do nosso planeta é constituído por água, a probabilidade dos fragmentos da sonda caírem em terra é bastante menor do que na água. Assim pensam os especialistas e espero que tenham razão.
Fonte: Space.com

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