Imagem do recem-descoberto enxame de galáxias CL J0102-4915-ACT (El Gordo) obtida por combinação de imagens do Very Large Telescope do ESO, do telescópio SOAR e observações de raios-X do Observatório de raios X Chandra da NASA. A imagem de raios-X mostra o gás quente em azul no enxame - Crédito: ESO/SOAR/NASA
Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um enxame de galáxias jovem, extremamente quente e de elevada massa - o maior alguma vez observado no Universo longínquo. No estudo foram utilizados o Very Large Telescope (VLT) do ESO, instalado no deserto do Atacama no Chile, juntamente com o Observatório de raios-X Chandra da NASA e o Atacama Cosmology Telescope.
O recem-descoberto enxame de galáxias CL J0102-4915-ACT também é conhecido por "El-Gordo", em espanhol (grande ou gordo). É composto por dois sub-enxames separados de galáxias em colisão, com uma velocidade de vários milhões de quilómetros por hora, e que se encontram tão afastados de nós que a sua luz teve que viajar durante sete biliões de anos para chegar até à Terra.
“Este enxame tem mais massa, é mais quente e emite mais raios-X do que qualquer outro enxame encontrado a esta distância ou a distâncias ainda maiores,” disse Felipe Menanteau da Universidade Rutgers, que liderou este estudo.
Os enxames de galáxias são os maiores objectos, mantidos pela força da gravidade, que existem no Universo. O processo da sua formação, a partir de grupos de galáxias mais pequenos que se fundem, depende muito da quantidade de matéria escura e energia escura do Universo nesse momento. Por isso mesmo, o estudo dos enxames ajuda-nos a compreender melhor estes misteriosos componentes do cosmos.
Embora o tamanho e a distância do enxame El Gordo sejam bastante invulgares, os autores dizem que os novos resultados são, ainda assim, consistentes com a actual ideia de um Universo que começou com o Big Bang e que é essencialmente constituído por matéria escura e energia escura.
Fonte: ESO
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