Tartaruga-gigante das Galápagos, Chelonoidis nigra - Fonte: wikipédia
Num estudo genético de tartarugas-gigantes das Galápagos, uma equipa de investigação da Universidade de Yale descobriu que a subespécie Chelonoidis nigra nigra, considerada extinta há mais de 150 anos, pode estar viva na ilha Isabela, a maior do arquipélago. Os resultados estão publicados num artigo da Current Biology.
A subespécie Chelonoidis nigra nigra vivia na ilha de Floreana ou Santa Maria, quando Charles Darwin chegou às Galápagos, em 1835. No entanto, a tartaruga desapareceu passados alguns anos, devido à caça intensiva especialmente feita pelos baleeiros, que levavam as tartarugas para alimento.
A equipa de investigação começou por verificar que na ilha Isabela há uma subespécie de tartarugas em que alguns indivíduos tinham ADN das tartarugas da ilha Floreana. A comparação foi feita utilizando os espécimes mortos da tartaruga extinta que ficaram guardados nos museus.
Esta subespécie, Chelonoidis nigra becki, vive no Norte da ilha, junto do vulcão de Wolf. Por ser uma região de difícil acesso, essa população de tartarugas não era conhecida até então e os cientistas decidiram fazer o seu estudo genético.
Mapa mostrando a distribuição actual e espécies extintas da tartaruga-gigante das Galápagos, Chelonoidis nigra, através das suas subespécies. Não contempla a subespécie "nigra" agora redescoberta na maior ilha Isabela, junto ao vulcão Wolf - Fonte: wikipédia
Na investigação foram avaliados geneticamente 1669 indivíduos. Ao todo, 84 eram híbridos entre as duas subespécies e 30 destes 84 tinham menos de 15 anos, o que fez repensar o estatuto de extinção da Chelonoidis nigra nigra.
Pelo número de híbridos que analisaram, a equipa julga haver 38 indivíduos geneticamente puros da Chelonoidis nigra nigra. Segundo os especialistas, aquelas tartarugas terão chegado ali através dos navios que viajavam entre as ilhas.
Apesar dos cientistas só terem analisado 20% da população de tartarugas no vulcão de Wolf, em teoria, deverá existir um número suficiente de tartarugas da subespécie original para permitir a recuperação da espécie ‘extinta’, através de um programa de reprodução em cativeiro, embora seja difícil encontrar os indivíduos puros no meio dos outros.
Fonte: Público.pt
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