As imagens obtidas na expedição submarina mostram quantidades enormes de uma nova espécie de caranguejo yeti, em redor das fontes. Também se observou uma nova espécie predadora de estrela-do-mar com sete braços (E), anémonas (A) e percebes, para além de um polvo de cor pálida não identificado (F), a quase 2,4 mil metros de profundidade - Crédito: PLOS Biology
Cientistas britânicos encontraram comunidades de espécies desconhecidas no fundo do mar, junto da costa este da Antárctida, no ambiente escuro e quente de fontes hidrotermais. Foram observados novas espécies de caranguejos yeti, estrelas-do-mar, anémonas e polvos.
A descoberta foi feita por especialistas da Universidade de Oxford e outras Universidades do Reino Unido, além da investigadora portuguesa Ana Hilário, da Universidade de Aveiro, a única portuguesa a bordo do cruzeiro científico britânico que, em Janeiro de 2009, fez a descoberta dos campos hidrotermais localizados na região mais a sul do planeta.
As fontes hidrotermais originam-se quando a água do mar se infiltra nas fracturas entre as rochas do chão marinho e entra em contacto com o magma que está no interior da crosta, o que acontece frequentemente em regiões de fronteira entre placas tectónicas.
O contacto aquece a água e enriquece-a em componentes minerais, o líquido volta a ser expelido outra vez para o oceano e quando entra em contacto com a água fria faz com que haja precipitação de minerais, originando as fumarolas negras.
Em redor das fontes desenvolvem-se comunidades de animais que não se encontram em mais nenhum lugar do planeta e que não obtêm a sua energia a partir do Sol, mas a partir de substâncias químicas como, por exemplo, o sulfureto de hidrogénio.
As chaminés verticais hidrotermais estão cobertas de caranguejos yeti (Kiwa n. sp.) - Crédito: PLOS Biology
Estes ecossistemas são conhecidos há cerca de 35 anos, com a descoberta da primeira fonte hidrotermal, na crista oceânica que passa perto do arquipélago das Galápagos, no oceano Pacífico. Já foram descobertas outras no Atlântico, Índico e no Pacífico.
Mais recentemente, foram encontradas fontes hidrotermais no mar de Escócia, que fica entre a Antárctida e a América do Sul, onde as temperaturas podiam alcançar os 382 graus célsius. O ecossistema foi observado com a ajuda de um veículo operado remotamente (ROV, sigla em inglês).
As imagens obtidas mostram quantidades enormes de uma nova espécie de caranguejo yeti, em redor das fontes. Também se observou uma nova espécie predadora de estrela-do-mar com sete braços, anémonas e percebes, para além de um polvo de cor pálida não identificado, a quase 2,4 mil metros de profundidade
“Uma das coisas mais impressionantes é que estas fontes são completamente diferentes de tudo o resto – os animais que existem aqui são quase todos novos para a ciência”, disse Alex Rogers, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford, que liderou a investigação e é o primeiro autor do artigo publicado nesta terça-feira na revista online Public Library of Science One.
No entanto, os investigadores também se surpreenderam com o que não encontraram. “Muitos animais como os poliquetas tubulares, mexilhões, caranguejos, camarões, que são encontrados nas fontes hidrotermais dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, simplesmente não estão ali”, referiu Alex Rogers.
Fonte: Público.pt
1 comentário:
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