Pequenos mamíferos primitivos andam sobre um esqueleto de Triceratops, um dos últimos dinossáurios a existir antes da extinção em massa que deu lugar à era dos mamíferos - Crédito: Mark Hallett
Os restos fossilizados, provavelmente de um Triceratops, foram encontrados na formação Hell Creek, em Montana, em 2010. Estavam enterrados apenas 15 centímetros abaixo do limite K-T, a camada geológica que marca a transição do período Cretáceo para o Terciário no momento da extinção em massa que ocorreu há 65 milhões de anos atrás e, portanto, muito perto do tempo de impacto.
Os investigadores são capazes de encontrar nos sedimentos a camada associada à altura da colisão do meteorito por ter características especiais (conhecida por Nível K-T, Limite K-T ou ainda Fronteira K-T). Mas, nos três metros abaixo desta camada não se tinham encontrado, até agora, fósseis de dinossáurios, anomalia aparente que passou a ser conhecido como o "gap dos três metros". Esta ausência de dinossáurios da época que não deram origem a aves, que inclui Tyrannosaurus rex, Triceratops, Torosaurus e os dinossauros bico de pato, fez com que vários cientistas pusessem a hipótese de que estes animais já estavam em declínio muito tempo antes da colisão do meteoro (alguns dinossáurios sobreviveram ao impacto e eventualmente originaram as aves modernas).
Segundo Tyler Lyson, da Universidade de Yale, principal autor do estudo publicado em 12 de Julho na revista Biology Letters, a descoberta sugere que o "gap dos três metros" não existe. "O facto deste espécime estar tão perto da fronteira indica que pelo menos alguns dinossáurios estavam em boas condições até ao momento do impacto".
O dinossáurio estava enterrado numa planície de inundação de um rio da região, por isso a equipa sabia que não foi remexido por qualquer processo geológico. "Esta descoberta fornece algumas evidências de que os dinossáurios não morreram lentamente antes de serem atingidos pelo meteoro", disse Lyson.
Os cientistas vão examinar outros espécimes fósseis que parecem estar enterrados perto do limite K-T. Eles suspeitam que muitos fósseis já encontrados possam estar mais perto desta camada do que se pensava, logo não existe o "gap dos três anos".
"Seremos capazes de verificar isso utilizando técnicas de análise de solo mais sofisticadas em vez de estimar a localização da fronteira com base apenas nas observações de campo, como tem acontecido no passado" disse Lyson.
Fonte: Yale University via EurekAlert
Sem comentários:
Enviar um comentário